Escolas Literárias e outros
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Escolas Literárias e outros


Inicialmente, peço desculpas pelo erro no resumo de geografia: EUA só viraram "superpotência" depois da Segunda Guerra, como bem me corrigiu o George em um dos comentários. Desculpem-me.

Agora, o que interessa. A prova de português vai ter 15 questões, 5 de cada professor. A parte de Literatura (Lacerda) envolve as escolas literárias; a parte de Gramática (Waldson) é baseada nas funções da linguagem e daquele quadro sintático (Quem Fez O quê, Onde, quando...), além da parte de posicionamento de vírgulas; a parte de Texto (Riemma) é de interpretação - uma questão, especificamente, ele pede pra tirar a dubiedade de uma expressão acrescentando palavras (tornar cada significado explícito em uma das transcrições).

Ok, resumindo a parte do Lacerda...


ESCOLAS LITERÁRIAS NO BRASIL

Período Colonial é a fase na história brasileira que vai desde o Descobrimento em 1500 até o início do século XIX, com a Independência (1822). Inicialmente, escritores (escribas e aventureiros) vinham ao Brasil não com o intuito de iniciar uma carreira literária. Muito pelo contrário, o Brasil interessava por suas riquezas naturais, pela sua extensão, pelo selvagem; os colonizadores começaram a estudar e a descrever tais características, relatando fisicamente e historicamente o novo país. Daí surge a primeira divisão literária:
  • Período de Informação - "Quinhentismo" (séc. XVI): não é uma escola literária, pois não há intenção em seguir um estilo; o interesse é de descrever e iniciar um relato histórico da Colônia.
Depois de um bom tempo com interesses apenas de exploração, os portugueses começaram a dar mais foco no Brasil. Ainda não era lá tanto foco, mas pelo menos começaram a traçar planos para o país: Capitanias Hereditárias, Capitães-Gerais comandando as províncias, Jesuítas mandados para evangelizar os índios... Nessa época, na Europa, estava acontecendo a Contra-Reforma: em reação à Reforma Protestante, a Igreja Católica fortalece sua doutrina e expande a ação dos missionários, tentando barrar o avanço do protestantismo e do paganismo nas terras do Novo Mundo. Como braço artístico da Contra-Reforma, surgiu a escola artística Barroca, que tinha como objetivo a pregação da Doutrina e a elevação das almas à Deus. O Barroco, mesmo que tardiamente chegou no Brasil, sendo considerada a primeira escola literária do país:
  • Barroco - "Seiscentismo" (séc. XVII): primeira escola literária, ainda não versava sobre o Brasil, mas foi o início da literatura feita no Brasil. Os principais escritores, como o Padre Antônio Vieira, usavam seus textos como forma de transmissão da doutrina Católica (evangelização dos índios e sermões nas igrejas). Foi uma época de conflitos: conflitos internos das pessoas, que não sabiam como equilibrar fé (Teocentrismo Medieval) e razão (Antropocentrismo Clássico); conflitos externos, entre as doutrinas pregadas. Como resultado, o Barroco não versa sobre temas específicos (fica somente nesse dilema; é chamado de Niilismo temático) e usa de linguagem rebuscada (inversões, figuras de linguagem), indo contra a simplicidade e o racionalismo do período clássico (período anterior ao Barroco na Europa).
Todo movimento artístico ou ideológico, ao longo da História, sempre surgiu em reação ao movimento ou ideologia dominante em sua época. Assim foi com o Barroco: ele surgiu contrariando o racionalismo Clássico e foi sobreposto pelo movimento seguinte que, pela lógica, negava as bases barrocas. Tal movimento foi o Neoclassicismo, ou também chamado de Arcadismo ( o nome vem da mitologia grega: Arcádia era o nome do monte onde vivia o deus Pã, que inspirava os poetas... maior viagem, enfim).

  • Neoclassicismo/Arcadismo - "Setecentismo" (séc. XVIII): foi o início da literatura brasileira propriamente dita (antes, europeus vinham ao Brasil escrever; agora, brasileiros escrevem). Como reação ao Barroco, o Arcadismo negou a linguagem rebuscada, o uso excessivo de figuras, o conflito, o niilismo temático e a valorização do emocional (fé). Em troca, os árcades valorizavam a clareza das idéias ("inutilia truncat", ou seja, corte do que é inútil, uso da ordem direta, sem inversões e poucas figuras), o equilíbrio e, principalmente, a natureza, que era símbolo disso tudo (mas era apenas decorativa, não ativa). A natureza, para o árcade, simbolizava o "locus amoenus" (local ameno, agradável), local de fuga da realidade urbana e inquieta - "fugere urbem" (fuga da cidade), de maneira a aproveitar a vida - "carpe diem" (colhe o dia, aproveita o dia). Mas, como sonhadores, os árcades não fugiam para o local ameno para aproveitar o dia: isso era apenas uma fantasia levada a cabo (realizada) apenas nas palavras. Chama-se isso de sentimento bucólico: vontade de retornar a algum lugar/momento, mas tal desejo não se pode realizar. Os bucólicos Cláudio Manuel da Costa e Tomáz Antônio Gonzaga foram os principais nomes do movimento.
Com a chegada do século XIX, também houve a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil (1808), o que trouxe muitos artistas e incentivos à arte ao país. Com a corte de Dom João e Pedro I, as artes avançaram consideravelmente em relação aos períodos anteriores, ficando mais ligada às influências externas (especialmente européias).

Período Histórico mundial: época de Revoluções burguesas na Europa e nos Estados Unidos. Parte da burguesia ascende ao poder e a nobreza perde o poder político. Isso gera uma atmosfera de sonho: aqueles que têm o poder querem permanecer com ele e aqueles privados do poder sonham a tê-lo de volta. Nesse clima nasce o Romantismo. A escola romântica surgiu na Alemanha em 1774 (Goethe, escrevendo "Werther") e na Inglaterra, sendo que foi a França que assumiu o papel de pólo propagador. A escola romântica, como a árcade, negou a anterior: no lugar da simplicidade temática, voltou a fantasia e a religiosidade, no lugar do racionalismo, veio o sonho, o sentimentalismo, o subjetivismo e o individualismo. A natureza árcade decorativa agora era substituída por uma natureza expressiva romântica, que pode inclusive participar das tramas.

  • Romantismo (1836. 1ª Metade do séc. XIX): primeira escola com sentimento nacionalista (apoio à Independência política) e com temas mais voltados ao Brasil, como o indianismo (criação da imagem heróica e idealizada do selvagem) e o próprio nacionalismo (sentimento de amor à pátria a ao que ela representa). A poesia romântica pode ser dividida em 3 gerações, sendo que as 3 tem em comum o nacionalismo, o indianismo e a mulher, tendo foco diferenciado em cada uma delas:
  1. 1ª Geração: mais nacionalista e mais indianista; principal nome: Gonçalves Dias.
  2. 2ª Geração: geração da Morte, "mal-do-século"; principal nome: Álvares de Azevedo.
  3. 3ª Geração: Social ou "condoreira" (da liberdade - anti-escravista); principal nome: Castro Alves.

Em contraposição à época de sonho, vem uma época urbana. Isso porque na segunda metade do século XIX ocorre a Segunda Revolução Industrial, responsável por levar muita gente às cidades, aumentando a violência, a miséria e todas as mazelas sociais e morais geradas pela exploração e pelo desemprego que só vinham a galope. Não era mais tempo de sonhar. Era tempo de se mostrar a realidade como ela era. Daí surge, na França (1857), o Realismo (obra: Madame Bovary). Os realistas, em reação ao romantismo, eram mais racionais e mostravam a realidade como tal, objetivando seus textos e tratando do presente (o Romantismo sempre buscava o passado). Os realistas faziam de suas obras verdadeiras denúncias da situação caótica da sociedade. Como evolução do Realismo, surgiu também na França (1880), a escola Naturalista (obra: Therèse Raquim). O naturalismo, como evolução do realismo, também tratava de denunciar as mazelas da sociedade, mas de uma forma mais crua e ainda mais direta, mostrando as doenças da sociedade, tratando de mazelas morais. Chegaram ao mesmo tempo no Brasil, ambas atrasadas:

  • Realismo/Naturalismo (2ª metade do séc. XIX): em 1881, com a publicação das primeiras obras, se iniciam Realismo e Naturalismo no Brasil. Como características semelhantes temos: a denúncia da realidade em reação ao Romantismo, a visão objetiva e contemporânea dos fatos, a visão sensorial (baseado nos sentidos e na razão - não mais na emoção e em crenças), a presença de personagens com fundo psicológico (anteriormente as personagens eram lineares, ou seja, apresentarem comportamentos-padrão - agora as personagens são esféricas e sofrem transformações de comportamento durante as obras), a crítica social e a crença na razão (cientificismo, materialismo e determinismo - movimentos baseados na razão que explicam o comportamento do homem no meio). As principais diferenças são:
  1. Realismo: os romances são de tese documental (mostram e caracterizam a realidade), fazem análise psicológica das personagens e o autor sugere (as conclusões são tiradas pelo leitor).
  2. Naturalismo: os romances são de tese experimental (buscam uma reação da sociedade, agem para mudar a realidade), fazem análise patológica das personagens (as mazelas morais e patologias sexuais são denunciadas: prostituição, homossexualismo, etc - o homem é caracterizado de forma animalesca) e o autor mostra (o autor expõe as conclusões, denunciando diretamente a realidade).


Bom, a parte do Lacerda (na minha turma, ao menos) foi até aí.

A parte do Riemma não tem muito como resumir... só é bom dizer que AFIRMAÇÃO é o que se pode ver explícito no texto e INFERÊNCIA é o que se pode concluir a partir da leitura de implícito; PRESSUPOSTOS são leituras de implícito a partir de sinais gramaticais e SUBENTENDIDOS são leituras de implícito a partir de sinais de sentido.

A parte do Waldson também não é muito resumível, até porque ele vai colocar aquele quadro de
Quem - fez - o quê? - quando/onde/por quê?
na prova. Então só vale frisar que NÃO SE SEPARA, COM VÍRGULA, O SUJEITO DO VERBO NEM O VERBO DE SEUS OBJETOS e que quando se desloca o adjunto adverbial (quando/onde/por quê?), a vírgula é obrigatória caso seja em forma de oração ou facultativa caso seja em forma de termo.
TERMO = sem verbo. ORAÇÃO = com verbo. Se for deslocar o adjunto para o meio da oração e a vírgula for necessária, é obrigatório que se usem duas vírgulas, caso contrário a oração fica errada pois ou o sujeito ficará separado do verbo ou o verbo dos objetos por uma vírgula.

Fora isso, a parte de funções da linguagem (pg 511 da apostila) também é tranquila:
  1. Função emotiva: centrada no emissor, no EU. Também chamada de função expressiva. Marcada pelos verbos na primeira pessoa, geralmente do singular. Ex: diário.
  2. Função referencial: centrada no assunto, no O QUÊ. Também chamada de função cognitiva ou informativa. Marcada pela impessoalidade e pelos verbos na terceira pessoa. Ex: jornal.
  3. Função apelativa: centrada no destinatário, no VOCÊ. Também chamada de função conativa. Marcada pelos verbos no imperativo, vocativos e segunda pessoa. Ex: propagandas.
  4. Função fática: usada para iniciar ou testar o canal de comunicação. Ex: Conversa de elevador.
  5. Função poética: centrada na construção da mensagem. Marcada pela escolha de palavras, rimas, sonoridade, construção da frase. Ex: poesias, alguns discursos mais bem trabalhados.
  6. Função metalinguística: centrada no código. Marcada pela explicação do próprio código. Exemplos: Aula de gramática, dicionário, poema sobre como criar poemas, um filme falando sobre como se fazer um filme.

Prova do Giovanni tem características da Narração, da Descrição e da Dissertação. Coisas simples, é só pensar no objetivo de cada uma:
  1. Narração: conta uma história (ficção), utilizando-se de personagens, narrador (que pode ser personagem ou observador), tempo (cronológico ou psicológico - flashbacks, por exemplo) e espaço. Tem um conflito que gera a história, um clímax (apogeu - solução dos fatos/conflitos) e um desfecho.
  2. Descrição: tem por objetivo descrever algo, alguém, algum momento. É "fotografar com palavras", dar uma caracterização de algo sem levar em conta nenhuma ação. Pode ser objetiva (concreta e coletiva - todos tem a mesma visão) ou subjetiva (abstrata e individual - demonstra a opinião do autor). Uso constante de adjetivos (caracterização).
  3. Dissertação: argumentação em torno de um tema. Dar a opinião através de argumentos, de forma aparentemente impessoal. A partir de um tema apresenta-se uma tese e os argumentos devem sustentar a tese (opinião sobre o assunto/tema). Uso da terceira pessoa (marca de impessoalidade).
E, além disso, há questões discursivas na prova de redação. Uma delas é sobre o aquecimento global, que todos já estamos de saco cheio de discutir. A outra, entretanto, é sobre um discurso do Obama sobre paternidade. Link para uma visão geral do discurso: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u412741.shtml


É isso, galera. Foi mal a demora no resumo. Os próximos eu tento passar com mais antecedência. Abraços! Boas Provas.









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