Motivos para a Grande Guerra
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Motivos para a Grande Guerra



Esta parte do Cássio fala dos motivos para a eclosão da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) ou Grande Guerra. Uma pequena parte dos motivos ele já cobrou na prova passada (tem no resumo antigo), que fala da política externa da Grã-Bretanha, da Supremacia Européia no cenário internacional, da anarquia internacional... Enfim, vamos continuar com a matéria da segunda etapa, que engloba o período de 1870 a 1914, quando começou a Guerra.




Um dos motivos que mais causou instabilidade no cenário internacional pré-Guerra foi a Questão do Oriente, que envolve a decadência do Império Turco-Otomano (controlado pelo califa, chefe da UMMA - comunidade islâmica, e sucessor de Maomé) e a disputa de seus vastos territórios (que envolvem o Oriente Médio e a região dos Bálcãs). A decadência desse gigante se deu, principalmente, pela diversidade étnica e cultural presente em seus territórios, o que gerou movimentos separatistas, em especial da parte dos povos cristãos (gregos, eslavos, romênios e armênios). Outro motivo era o grande atraso econômico e tecnológico do Império Turco, baseado na agricultura (sociedade arcaica). Em último, mas não menos importante, vem o motivo do Imperialismo Ocidental, que buscava a desintegração do território Turco; dentre tais imperialistas, o mais evidente era Rússia, que buscava uma saída para o Mediterrâneo e o controle da região do Cáucaso (ver mapas).

Todos esses fatores, especialmente o do imperialismo russo, levaram à Guerra Russo-Turca, em 1877-1878. Nessa guerra, a Rússia sai vencedora, anexando territórios no Mar Negro e no Cáucaso, além de apoiar a independência da Sérvia e da Romênia. A Bósnia também conseguiu ficar livre do Império Turco-Otomano, mas acabou sendo anexada pelo Império Áustro-Húngaro (ou simplesmente Áustria-Hungria - AH).

A ausência de um organismo internacional que reunisse as principais potências com o objetivo de manutenir a paz e a ordem ("Concerto Europeu") gerou uma atmosfera de tensão, especialmente com a ascensão da Alemanha, que ameaçou e acabou com a hegemonia da Grã-Bretanha.

Apontado por muitos (marxistas, inclusive) como principal motivo para a eclosão da guerra, o capitalismo financeiro-monopolista aumentava a competição por colônias e mercados consumidores. A entrada da Alemanha de forma tardia nesta corrida capitalista também abalou a conjectura econômica/política da época.

Chauvinismo ou Jingoísmo são nomes dados para o nacionalismo ou revanchismo extremo contra algum "inimigo histórico" externo. São exemplos da época:

  1. Revanchismo Francês: por ter perdido a Guerra Franco-Prussiana para a Alemanha e a Prússia, os franceses buscavam vingança e logravam recuperar os territórios da Alsácia-Lorena, perdidos na mesma guerra.

  2. Pangermanismo: união ou aliança entre os povos germânicos (especialmente os alemães), o que favoreceu a aliança entre Alemanha, Áustria-Hungria e Prússia contra os eslavos, tidos como ameaça ao Império Alemão (que veremos em breve).

  3. Pan-eslavismo: união ou cooperação entre os povos eslavos (russos, sérvios, tchecos), dando destaque à Rússia como "defensora dos povos eslavos".

  4. Iugoslavismo: ideal de união dos povos eslavos do sul (Iugoslavos) para a criação da Iugoslávia (ou Grande Sérvia, que era o ideal expansionista sérvio). Foi direcionado contra a Áustria-Hungria, que ocupava a Bósnia.




Uma das mais complexas questões pré-Guerra, a questão da Alemanha pode ser dividida em 3 fases:

  1. Unificação (1864 - 1871)

O chanceler alemão Otto von Bismarck, apoiado militarmente e politicamente pelo Rei da Prússia, Guilherme I, foi o principal responsável pela unificação dos reinos alemães em 1871, após vários conflitos com as potências vizinhas (principalmente contra a França, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-71). Com a unificação e a criação do II Reich (Segundo Império) Alemão, o país se tornou a maior potência industrial e militar do Cosmos, quebrando o equilíbrio de poder no continente e acabando com a hegemonia Britânica (no quesito industrial). Restava a dúvida: usar este poder adquirido para manter o "Concerto Europeu" ou para impor a hegemonia alemã? As duas eras que sucedem são respostas constrastantes à tal pergunta:

  1. Era Bismarckiana (1871 - 1890)

Bismarck, assumindo o papel de Chanceler Imperial do II Reich, preferiu manter, de certa forma, o equilíbrio de forças na Europa, exercendo um colonialismo moderado (para não irritar os ingleses) e forjando alianças (exemplo: em 72, foi assinado com a Rússia e a Itália um acordo dos 3 Imperadores, contra qualquer movimento revolucionário que ameaçasse o poder monárquico). Tal política (Real Politik) de equilíbrio de forças envolvia a preservação da unidade do recém-formado Estado alemão e do poder monárquico, além de provocar um isolamento diplomático da França (para que esta não conseguisse um aliado que a ajudasse a recuperar os territórios perdidos para a Alemanha), e um acordo que confirma tal politica é o assinado em 82 com Áustria-Hungria e Itália contra a França. E falando em acordos, outro que Bismarck firmou foi o Resseguro, de 87, garantindo uma política de não-agressão mútua com os russos.

  1. Era Guilhermina (1890 - 1918)

Com a morte do Rei (Kaiser) Guilherme I, assume seu filho Guilherme II, que tem o ideal de usar o poder alemão para impor o II Reich na Europa. Sua primeira medida é despedir o chanceler Bismarck. Para que demití-lo? Porque, por mais que ele tenha desenvolvido o país, ele o fez criando alianças, sem impor o poderio alemão, o que possibilitou um maior desenvolvimento das outras potências em detrimento da Alemanha na Era Bismarckiana. Além disso, a modernização durante um governo autoritário gera ideais revolucionários das classes operária e média, ameaçando o poder da monarquia e dos "Junkers" (aristocratas militaristas da Prússia). Para amenizar tais pressões populares, Guilherme II lançou uma política Nacionalista Imperialista de Engrandecimento da Alemanha, gerando um sentimento nacionalista expansionista e de apoio à monarquia. Tal política recebeu o nome de Weltpolitik e tinha por objetivo a imposição do poderio do II Reich. Inicialmente com a criação de uma grande Marinha (Grã-Bretanha ficou desesperada e começou uma corrida naval), com o fortalecimento da aliança com a Áustria-Hungria e com o afastamento da Rússia (considerada inimiga - eslava).

O afastamento de Rússia e Alemanha favoreceu enormemente a Rússia, pois esta se aproximou da França e da Grã-Bretanha, formando a Tríplice Entente (1907). Estando aliados aos franceses, os russos começaram a desenvolver seu exército, ameaçando o poderio bélico da Alemanha. Estando cercada de potências rivais e com a desenvolvimento militar russo, o raciocínio alemão começou a ser: melhor guerrear enquanto ainda estou mais forte (gerou tensão na Europa).

  1. Marrocos, 1906-1911: França e Alemanha lutam pelo apoio marroquino. Alemanha se retira do país em 1911.

  2. Bálcãs, 1908: Áustria-Hungria anexa a Bósnia, gerando o surgimento de grupos de oposição terroristas na região - Jovem Bósnia e Mão Negra.

  3. Bálcãs, 1912-1913: Guerras Balcânicas - fortalecimento militar e político-regional da Sérvia.

  4. Bósnia, 1913-1914: assassinato do Arqueduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, numa visita à cidade de Sarajevo. O assassino era do grupo Jovem Bósnia. A Áustria-Hungria acusa a Sérvia pelo ataque, precipitando a guerra.

Começa então a Grande Guerra de 1914, com um arqueduque morto e declarações de guerra a torto e a direito. Depois de 4 anos de Guerra, Impérios varridos do mapa, uma nova potência surgindo... É muita emoção. Não perca, no próximo capítulo de A GRANDE GUERRA.

Ok, autismos à parte, é isso. Qualquer erro, dúvida, sugestão, frase célebre, só comentar.

Aula de tarde (14h às 18:30h) no Galois da L2. Só me procurar no colégio (se não me achar: 81472185).

Abraços!




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