Último de Sociologia!
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Último de Sociologia!


Começando o último da última série de resumos antes da minha aposentadoria, temos o resumo de Sociologia da matéria da 3ª etapa (que inclui também alguns itens da 2ª): Início da Sociologia, Max Weber, Durkheim, Marx (conceitos), Estado e Questão da pobreza. Recomendo que dêem uma olhada na prova da 2ª etapa, especialmente no que diz respeito à parte de Weber, Durkheim e Marx.

Apesar de já ter escrito sobre os teóricos na 2ª etapa, vou fazer uma curta revisão. O início da sociologia como ciência dá-se com Auguste Comte, que introduz leis naturais e exatas ao estudo da sociedade, que ele dá o nome de Sociologia. Ao iniciar o estudo social como ciência, ele começa a estabelecer um método, objetos de estudo, regras, etc. A partir daí, então, os demais teóricos trabalham em cima de suas premissas. Entre os pioneiros, podemos citar Durkheim e Weber. Para estudá-los, é mais fácil analisarmos seus pontos contrastantes (sendo assim, fiz a seguinte tabela).


Teórico







Émile Durkheim (1858-1917)

Max Weber (1854-1920)

Objeto de estudo







Fato social (generalizado).

Ação social (individual).

Visão do sociólogo







Deve ser imparcial.

Não pode ser IMparcial.

Força motivadora do fato social/ação social







Coerção social ou consciência coletiva (determinismo: o indivíduo tem suas ações determinadas pela sociedade).

Intencionalidade do indivíduo (toda ação social tem sentido e objetivo ? um motivo próprio do indivíduo que a realiza).

Ponto de vista pelo qual analisava a sociedade







Através da matemática e da análise estatística dos eventos sociais.

Através da história da sociedade, que explica a situação atual da mesma.

Objetivo da Sociologia







Explicar as sociedades baseando-se na generalidade de seus fatos sociais.

Entender a situação da sociedade na época analisada através de sua história (formação de uma consciência nacional ? unificação alemã).


Resumidamente, é isso (em caso de dúvidas, há outros resumos com Weber e Durkheim na etapa anterior). Depois dos dois, temos o maldito Karl Marx, com seus estudos sobre o capitalismo e sua teorização de um novo modelo ideal, o socialismo (socialismo científico). Sobre ele, caem os conceitos seguintes:
  • Modo de produção: estudando a sociedade desde seus primórdios, Marx separou a História em períodos que se diferenciam pelo que ele definiu como modo de produção. Modo de produção é o conjunto de práticas políticas, sociais e, principalmente, econômicas que regem a sociedade em determinado período (ex: Modo de Produção Asiático, M. de Produção Feudal, Modo de Produção Capitalista). Essa visão de mundo baseando-se em aspectos econômicos chama-se materialismo histórico.
  • Valor/trabalho/lucro: valor é a quantia associada a certo produto ou serviço de acordo com o trabalho que se teve para que fosse produzido mais o lucro do dono do produto/serviço. Trabalho é então o esforço realizado por alguém para se produzir um produto ou se realizar um serviço, e lucro é a quantia que "sobra" para o dono do produto/serviço depois que este paga os custos de produção.
  • Classes sociais: é a divisão que Marx faz da sociedade entre os dominadores (senhores feudais, clero, nobres, burgueses) e os dominados (servos, escravos, operários, proletariado). Ele diz que a História da humanidade é a História da eterna luta de classes entre os privilegiados e os injustiçados e que, no Capitalismo, o abismo entre as classes só aumenta (daí ele cria um sistema que, supostamente, acabe com a divisão em classes).
  • Alienação: é a separação do trabalhador (força de trabalho) de suas ferramentas (meios de produção), que veio com a Revolução Industrial - os proprietários das fábricas contratam a força de trabalho dos operários para que, trabalhando em suas máquinas, produzam e gerem o lucro do proprietário. Antes da Rev. Industrial, por exemplo, cada artesão ou conjunto de trabalhadores trabalhava em suas próprias manufaturas, nas quais tinham suas ferramentas e obtinham o próprio lucro.
  • Mais-valia: é a exploração dos operários pelos capitalistas, que obrigam a classe operária a trabalhar exaustivamente para obter mais lucro, lucro este que não é repassado àqueles que realmente trabalharam (mais resumidamente: é o lucro gerado por um trabalho não realizado - não realizado pelos capitalistas, que ficam com o lucro, mas sim pelo proletariado).
Olhem, é bem provável que, se ele já cobrou esse conteúdo na 2ª etapa, ele cobre menos agora na 3ª. Vamos então para a matéria nova: Estado e Pobreza.

Lá na Antiguidade, desde os gregos e romanos, já tinha-se uma visão do que era o Estado: uma forma de organização política da sociedade, feita de forma complexa e hierarquizada (hierarquia: divisão por graus de importância). O Estado, por meio de um governo central, de instituições e funcionários públicos, tem o monopólio do uso da força (seja ela jurídica, policial, religiosa), garantido pela legitimidade dos governantes/dirigentes. A legitimidade pode ser dada por uma divindade (teocracia, como nos povos árabes), por tradição familiar e cultural (como no Absolutismo) ou pelo povo (democracia, como nos dias de hoje).

Sempre que governo central delega cargos e/ou tarefas para instituições ou servidores públicos, damos o nome de Burocracia. Os burocratas são aqueles que trabalham de forma direta ou indireta para a máquina estatal. O excesso de burocracia muitas vezes aumenta o nível de corrupção e diminui a eficácia das decisões governamentais, pois os projetos e o dinheiro passam por muitas instâncias até chegar aonde deveria.

Independentemente de conseguir isto ou não, o objetivo do Estado é garantir a vontade e o bem geral da população, o que é diferente da vontade de todos ou da maioria - é mais como a intersecção das vontades das classes: saúde, segurança, educação, propriedade. Geralmente, o Estado representa os interesses das classes dominantes, de tal forma que ele consiga manter a ordem social vigente (as tradições, as classes, a religião, etc.). Quando o Estado é excessivamente burocratizado e/ou se é autoritário, ele torna-se autônomo, ou seja, governa acima da vontade geral (ex: ditaduras).

Muito antiga também é a noção de pobreza. A pobreza é resultado das desigualdades sociais, existentes desde que o mundo é mundo (ou como diria Rousseau, desde a criação da propriedade privada). As desigualdades sociais, por sua vez, são geradas pela estrutura (política, econômica, cultural, religiosa e histórica) e pela estratificação (divisão) de cada sociedade. São exemplos claros de estratificação social:
  1. Castas: divisão milenar da sociedade indiana, baseada na diferença de nascimento e de religião.
  2. Estamentos: divisão tradicional do Medievo entre o Clero, os Nobres e o restante - servos, burgueses; os "Três Estados".
  3. Classes: divisão antigamente (Rev. Industrial) baseada na produção - proprietários e operários - e hoje baseada no poder de consumo - classes A, B, C, D e E; ou Alta, Média e Baixa.
Olhando para as civilizações antigas, vemos que a desigualdade era algo aceitável. Na Antiguidade, por exemplo, gregos e romanos aceitavam a escravidão e a servidão como algo natural para que, enquanto alguns trabalhassem e/ou passassem por privações, outros usufruíssem das benesses. Na Idade Média, a pobreza é aceita como vontade divina e os bens materiais não levam à salvação, sendo considerados então supérfluos. Mas, a partir da Modernidade, com o Humanismo e com o Liberalismo (todos os homens são iguais, com direitos iguais), as desigualdades e a pobreza passam a ser vistas como inaceitáveis. Sendo assim, como justifica-se a inegável pobreza existente até então? Pela injustiça e pela sociedade de privilégios ilegítimos em que vivemos, na qual a apropriação (econômica) e a dominação (política) das classes dominantes tornaram-se mais poderosas que os valores culturais e tradicionais da sociedade (moral, honra, religião, etc.).

Então de Sociologia é isso, pessoal! Dúvidas e correções por comentários. A prova é quarta-feira, junto da de matemática, e é de múltipla escolha, como as demais da 3ª etapa. Postarei os próximos resumos (de humanas) sempre 2 dias antes da prova (na máximo) e darei aulas/plantões com o Rodrigo nas vésperas das provas.

Só uma correção no calendário de aulas: na sexta feira, dia 26/06, a minha aula começará as 15:20 (tenho Thomas).


Abraços,
Félix.



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