Evolução da Filosofia - Sócrates e os Sofistas
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Evolução da Filosofia - Sócrates e os Sofistas


Sócrates depois do seu julgamento.
O Nascimento da Filosofia: Antes do surgimento da filosofia, ciência que estuda a natureza de todas as coisas e suas relações entre si, tudo era explicado através de mitos, assim, a natureza era simplesmente considerada como algo divino. Partindo sempre do pressuposto de que ?sempre existiu uma coisa?, os primeiros filósofos, insatisfeitos com as explicações mitológicas, começaram a questionar os valores comumente aceitos pela sociedade da época. As primeiras idéias filosóficas: os primeiros filósofos, podemos citar: Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes e Pitágoras . Os primeiros questionamentos feitos pelos filósofos se concentraram na real constituição do universo que os cercava. Essa busca pelo conhecimento racional da ordem do mundo e da natureza ficou conhecida como cosmologia, sendo, portanto, a primeira face da filosofia.  Pitágoras (5

Anaxímenes de Mileto: Embora pouco se saiba de sua vida, ele é contudo citado com frequência para dizer que foi sua a proposição do ar como elemento básico na formação de tudo.
Dedicou-se à meteorologia, foi o primeiro a considerar que a lua recebe a luz do sol. Era companheiro de Anaximandro. Hegel diz que Anaxímenes ensina que nossa alma é ar, e ele nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantém unido o mundo inteiro. Espírito e ar são a mesma coisa. A substância da origem volta a ser uma coisa determinada como em Tales. Anaxímenes identificou o ar talvez porque tenha visto seu movimento incessante, e que a vida e o ar andam juntos, na maioria dos casos. A respiração é um processo vivificante, dependemos dela durante toda a nossa vida. Ele via que no céu existem nuvens, e que a matéria possui diferentes graus de solidez.71 - 49

Anaximandro de Mileto: a)O ápeiron. Segundo as fontes procedentes de Teofrasto, Anaximandro havia afirmado que o principio de todas as coisas existentes não é nenhum de os denominados elementos (água, ar, terra, fogo), se não alguma outra naturezaápeiron [indefinido o infinito]; 4
b) O cosmos. Do centro do ápeiron eterno se agrega espécies de elementos, sem determinações, principalmente sem qualidades contrárias 
5,. Este cosmos é dinâmico e temporal que tem sua origem e seu fim no ápeiron. 
c) A diversidade de mundos. Todas as fontes procedentes de Teofrasto (Simplicio, Hipólito e Ps. Plutarco) atribuem a Anaximandro idéia de mundos infinitos (simultâneos e sucessivos).
Heraclito de Efeso: Heráclito nomeou o princípio organizador que governa o mundo de ?logos?, são dele as seguintes frases:
- "Da luta dos contrários é que nasce a harmonia.?
- ?Tudo o que é fixo é ilusão.?
- ?Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.?
- ?Não escutem a mim e sim ao logos.?
- ?Das coisas surge a unidade. E, da unidade, todas as coisas.?

Ele queria transmitir a idéia de que tudo que existe é uma manifestação da unidade da qual o homem faz parte. As transformações, segundo o filósofo, são conseqüências da tensão entre os opostos, da ação e reação. Segundo ele, o sol é novo a cada dia e o universo muda e se transforma infinitamente a cada instante

Parmênides: Parmênides foi o mais influente dos filósofos que precederam Platão. Em sua doutrina se destacam o monismo e o imobilismo. Ele propôs que tudo o que existe é eterno, imutável, indestrutível, indivisível e, portanto, imóvel. Parmênides considera que o pensamento humano pode atingir o conhecimento genuíno e a compreensão. Essa percepção do domínio do "ser" corresponde às coisas que são percebidas pela mente. O que é percebido pelas sensações, por outro lado, é, segundo ele, enganoso e falso, e pertence ao domínio do não-ser. Trata-se de uma oposição direta ao mobilismo defendido por Heráclito de Éfeso, para quem "tudo passa, nada permanece". Seu pensamento influenciou a chamada "teoria das formas", de Platão.

Platão: Entre todos os discípulos de Sócrates, o mais importante continuador de sua obra e que viria a superar os passos do próprio mestre, ao fazer a primeira sistematização do pensamento filosófico, foi Platão (428 a.C. - 347 a.C.). Nascido em Atenas ou na localidade próxima de Egina, Arístocles (seu nome de batismo) veio ao mundo em uma família politicamente importante. Seu pai era descendente de Codro, o último rei de Atenas, e sua mãe teve entre seus antepassados o famoso legislador ateniense Sólon e possuía parentesco com Crítias e Cármides, dois dos Trinta Tiranos que governaram a cidade após a guerra do Peloponeso. Em suas primeiras décadas de vida, os interesses de Platão ainda não eram filosóficos. Inicialmente ganhou fama como um exímio lutador, advindo daí o apelido pelo qual o conhecemos até hoje (Platão, do grego plato, significa plano, mas também ?largo? e ?amplo?; ao que consta, era uma referência ao seu porte físico). Conseguiu alguma fama ao vencer os Jogos Ístmicos, embora não tenha conseguido chegar aos Jogos de Olímpia. Pouco depois tentou investir em carreira literária, mas seu sucesso foi limitado. Por fim, decidiu estudar a filosofia de Sócrates. Após a morte de seu mestre, Platão partiu em longas viagens, nas quais seu pensamento filosófico se tornou mais maduro e refinado. Prova disso foram as ideias que desenvolveu em suas obras, as quais foram escritas em forma de diálogos, quase sempre tendo Sócrates como personagem principal. Dentre todos os diálogos platônicos, aquele que talvez sintetize com mais clareza o ponto central de sua filosofia tenha sido Timeu. Nesta obra, Platão estabelece a famosa diferença entre o mundo sensível (o mundo concreto no qual vivemos) e o mundo das ideias ? eidos, em grego. Segundo sua descrição, no início dos tempos, havia apenas as ideias ? o Bem, a Verdade, o Humano, etc ? até que um ser supremo, chamado Demiurgo, decidiu criar coisas a partir das mesmas. Essa teria sido a origem do mundo e de tudo que há nele (as pessoas, as sociedades, os costumes, e assim por diante). Para Platão, as obras do Demiurgo foram ricas, porém imperfeitas: baseavam-se em ideias perfeitas, mas eram apenas cópias. A partir daí, segundo o filósofo, qualquer compreensão adequada sobre as coisas do mundo sensível deveria abstrair as suas imperfeições e chegar até a sua essência, chegar até o seu ideal. Por exemplo: no mundo existem diversos tipos de cães ? grandes, pequenos, claros, escuros, etc ? mas apesar das diferenças, todos eles são cães, ou seja, todos têm em si a essência do que é um cão. O mesmo raciocínio vale para os valores humanos. Enquanto os sofistas afirmavam, por exemplo, que justiça e injustiça eram meras convenções, Platão dizia que na verdade elas pareciam convenções porque havia muitas concepções diferentes de justiça; mas, se comparássemos todas elas e deixássemos de lado suas diferenças para olhar apenas o que nelas havia em comum, surgiria daí a essência do que era a Justiça. Essa noção platônica de mundo sensível e mundo inteligível marcou época em toda a filosofia posterior e além, influenciando até mesmo muitos pensadores do cristianismo como Santo Agostinho. Porém, como nada em filosofia é isolado, cabe dizer que Platão teve duas grandes inspirações: Sócrates, através de seu método dialético e Pitágoras, através da sua noção de que além das aparências havia sempre uma essência simétrica, perfeita e harmoniosa (no caso pitagórico essa essência era os números). No fim de sua vida, Platão criou a primeira instituição filosófica da história. Comprou, nos arredores de Atenas, uma propriedade onde recebia discípulos para debates. Situada num lugar chamado Jardins de Academos, passaria à história como a Academia.

Sofistas: Após o surgimento da democracia na Grécia antiga, vários transformações ocorreram na sociedade, exigindo novas formas de se relacionar. A democracia era o sistema de governo que pressupunha a escolha periódica de executores e elaboradores das leis. E para isso, não havia nenhum critério.
Neste período, em que já estão avançadas as questões cosmológicas, a busca pelo ser das coisas deixa de ser o foco principal das questões filosóficas, que agora se ocupa com o homem e suas potencialidades. Era preciso saber falar para fazer valer seus interesses nas assembleias. Surgem, então, os famosos oradores denominados Sofistas, palavra que significa sábio em grego. Esses homens, portadores de uma eloquência incomum, propunham ensinar qualquer coisa aos cidadãos que almejassem os cargos públicos ou simplesmente que se defenderiam em um caso litigioso. No entanto, suas técnicas nada mais eram do que ensinar a persuadir convencendo seu interlocutor em um debate, seja pela emoção, seja pela passividade deste. Ardilosos oradores, os sofistas fascinavam àqueles que ouviam suas palestras, ensinando como transformar um argumento fraco em um argumento forte e vice-versa. Para eles, fácil era convencer conforme seus interesses, por isso conseguiam provar que uma coisa ora era branca, ora preta. O importante era convencer a qualquer custo. Mediante salários (ou seja, cobravam pelo ensino), eles ensinavam a quem pudesse pagar, sobre qualquer coisa, dizendo serem portadores de um saber universal. Mas na prática, ensinavam como refutar o seu adversário, não se preocupando com a relação que as palavras tinham com as coisas, articulando-as segundo as necessidades do debate para convencer e derrotar seu oponente. Protágoras é conhecido como o primeiro sofista. Sua fama se estendia por todas as colônias e era um homem culto e bem sucedido. Aliás, a estima do público, a vaidade e o reconhecimento era algo de que todos os sofistas se valiam, pois para eles o que importa é o momento e jamais o que se tem depois de morto. Questões espirituais eram descartadas, gerando algumas acusações de impiedade, das quais o próprio Protágoras conseguiu escapar. Este eminente orador vivia uma forma de absoluto subjetivismo relativista. Sua máxima ?o homem é a medida de todas as coisas? ilustra bem o modo de pensar das diferentes pessoas. Isto quer dizer que cada pessoa, pensa, deseja e busca algo para si, de tal forma única que impossibilita que exista uma verdade absoluta. A verdade, segundo Protágoras, depende de cada um, depende de como cada coisa aparece para cada um em seu juízo. O que pode ser verdade para um, pode não o ser para outro. Com esse relativismo moral, ele rejeita toda verdade universal. Se algo te parece bom, faça. Se isso traz benefício a você e prejuízo aos outros, faça assim mesmo. Com isso, Protágoras também desacreditava dos deuses. Seu pragmatismo imediatista afirmava que se você nada pode saber dos deuses, eles não servem para nada e, assim, você pode ser indiferente a eles. Esse foi um dos motivos pelos quais ele foi acusado de impiedade. Outro ilustre sofista e não menos importante foi Górgias. Descartando qualquer noção de moral ou virtude, ele determinou a persuasão como algo essencial ao homem. Segundo ele, o domínio dessa técnica permite ao homem conhecer todas as coisas e, com isso, ser feliz. Górgias redigiu um tratado sobre o Não Ser, em resposta ao filósofo Parmênides, em que consta o resumo de seu modo Niilista de pensar. Para ele, nada existe de real; e se nada existe, o homem não pode conhecer verdadeiramente nada; e mesmo que algo exista e possa a ser conhecido, seria impossível comunicar aos outros este conhecimento. Desse modo, Górgias acentua o seu ceticismo, evidenciando a impossibilidade de um conhecimento definitivo e propiciando um ambiente em que o mundo só tem o valor daquilo que o homem confere, consciente de sua efemeridade, ou seja, que o homem é um ser passageiro e que age apenas para satisfazer seus interesses pessoais.

Perguntas e Respostas:
1.O que é a phisis no conceito filosófico pré ? socrático?
Phisis é uma palavra grega que pode ser traduzida por natureza, esta se refere à realidade no seu dinamismo e nas suas variações, o quente fica frio, o jovem envelhece a noite se torna dia, a semente cresce e etc... Assim cabe lembrar que é importante entender bem essa palavra não em seu sentido atual, mas como era entendida pelos filósofos pré-socráticos como realidade fundamental, e originária. Nesse sentido esses filósofos buscavam conhecer o mundo em sua continua mudança e que por outro lado mantinha algo que era persistente em todas as coisas apesar desse movimento continuo, e reafirmando, sem perder a sua natureza. Assim a phisis expressa uma relação de movimento, ou seja, tudo tende a ser aquilo que deve ser. Ex: uma semente de feijão necessariamente será feijão. Em síntese, podemos concluir que a palavra Phisis estar mais relacionada com o verbo crescer e por isso dizemos que ela estar vinculada com o mundo natural, nesse sentido, tudo o que se desenvolve é phisis.

2. Qual o contributo de Górgias e Protágoras para a filosofia, dos filósofos sofistas?
Os sofistas eram homens da palavra, que ensinava retórica, por isso que eram considerados homens sábios, porém a partir do momento que esses pensadores deixam de se preocupar com a verdade, tendo uma visão utilitarista e pragmática, os sábios da palavra, a palavra sofista passa a ter uma conotação pejorativa como daqueles que enganam o povo. Como foi exposto acima, sobre o que é a filosofia sofista, os dois filósofos que contribuíram grandemente com tal doutrina foram Protágoras e Górgias. Dizia Protágoras "o homem é a medida de todas as coisas" isso significa que o homem é quem deveria pesar tudo, aqui as palavras de Protágoras caem em um danoso relativismo e porque não pragmatismo. Não há, portanto verdade absoluta, pois cada individuo poderá ter a sua própria verdade, pois é ele a medida da verdade e portanto também existe somente verdades individuais, assim o que era importante segundo Protágoras era a opinião de cada um. De outro lado, também quem muito contribuiu com o pensamento dos filósofos sofistas foi Górgias que apresentava em seu pensamento um relativismo mais danoso que o de Protágoras, pois o pensador Górgias cai num forte ceticismo, sustentando a impossibilidade de se conhecer a verdade, nesse sentido este filosofo também é Nihilista, e assim sendo defende a inexistência de todas as coisas e principalmente do conhecimento, pois esse é subjetivo, para este pensador as coisas existem por que o homem existe, ela é fruto da opinião humana.

O que é a maiêutica socrática?
A filosofia de Sócrates era desenvolvida por meio de diálogos críticos com seus interlocutores e eram divididos em dois momentos básicos: primeiro se tinha a experiência da ironia e num segundo momento da Maiêutica, nesse segundo momento do dialogo, Sócrates mediante uma série de perguntas habilmente colocadas ajuda os seus discípulos no caminho de reconstrução de suas próprias idéias. Em síntese, podemos dizer que a maiêutica socrática é a arte de parir as idéias, já que essa palavra grega pode ser traduzida como a arte de dar à luz as verdades, ou seja, é a experiência do parto das idéias que já estão inscritas na mente humana.

Referência: Sophia




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