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Resumo do Capítulo 1 do livro: " A Construção da Ordem" de José Murilo de Carvalho 

1º Ponto - O que se trata este capítulo ?
 O capítulo se trata da formação das elites políticas e da burocracia  de Portugal, EUA, Inglaterra, Prússia e Brasil

O Estado moderno cresceu e com o seu crescimento veio algumas novas características.

Para Weber:
      "A ordem legal, a burocracia, a jurisdição compulsória sobre um território e a monopolização do uso legítimo da força são as características essências do Estado moderno"

De forma não muito diferente Immanuel Wallerstein:
       "Como se fortaleceram os reis, que eram os administradores da máquina estatal no século XVI ? Usaram quatro mecanismos principais: burocratizarão, a monopolização da força, a criação de legitimidade e a homogeneização da população de súditos"

     O processo de modernização do Estado exigiu que o poder se concentrasse exclusivamente nas mãos do monarca, retirando, assim, o poder estatal que a igreja e a nobreza dispunham. E dividindo o poder nas mãos dos barões feudais. A Revolução Burguesa fez com que o poder fizesse a balança pender para o lado do parlamento e do governo parlamentar-representativo, algo possível de se ver na Inglaterra e nos EUA



José Murilo de Carvalho explica que quanto mais homogênea for a elite política, mais estável o processo de formação do Estado.

Inglaterra e os Estados Unidos obtiveram êxito nas revoluções burguesas

Prússia obteve uma revolução burguesa retardada

Portugal: revolução burguesa abortada

INGLATERRA:
      A política e a administração na Inglaterra era tido como um hobby da nobreza enfraquecida com a transformação capitalista do campo. Na realidade os proletários de terra monopolizavam o serviço público na Inglaterra, pois para eles o " serviço público " era tido como obrigação.
     Com o Desqualification Act de 1710 o ingresso na política era vetado parra quem não fosse proletário de terra, porém este foi revogado em 1838. As franquias eleitorais de 1832 que foram reforçadas em 1867 permitiram aos poucos a entrada de membros da burguesia comercial e industrial e depois da classe operária. Porém até 1916 metade dos ministros eram de origem aristocrática.
      Esses aristocratas, porém, eram na maioria pessoas que viviam de rendas da terra e investimentos o que lhes proporcionavam o lazer diverso, entre os quais, participar das atividades políticas. Ou seja, a política para eles não era uma vocação nem profissão, eles não dependiam dela para a sua sobrevivência .
      Sua elite política era altamente homogênea, com um fantástico poder de sobrevivência e flexibilidade.
      A homogeneidade da elite inglesa era de natureza social, reforçada pelo sistema educacional, pelas relações familiares, pelos círculos de amizade e pelo estilo de vida.
      A educação da elite inglesa, procurava desenvolver um estilo de vida comum, antes que um treinamento para atividades de governo, propriamente ditas, não se exigia competência administrativa.
      Papel do Estado menos relevante e maior predominância na representação parlamentar.

ESTADOS UNIDOS:
       Nos Estados Unidos não havia uma tradição de serviço público por uma classe de renhistes. No início da organização do poder nacional se faziam presentes na política os comerciantes e os industriais.
      Elite altamente representativa, isto é, heterogênea abrindo espaço para uma maior possibilidade de conflitos sociais. Norte: industriais, grandes comerciantes e profissionais liberais e Sul: Elite agrária, mão de obra escrava, propriedades vinculadas a mercados externos. Estado formado de maneira espontânea, evoluiu naturalmente da fábrica social.
     Funcionalismo público malvisto pela população e emprego público um mau negócio, as oportunidades do mercado eram muito maiores e mais compensadoras do que as da burocracia.
    Papel do Estado menos relevante e maior predominância na representação parlamentar.

PRÚSSIA:
       Estado onde a revolução burguesa foi retardada.
       Maior peso do Estado na promoção da unidade nacional e do próprio desenvolvimento capitalista resultou em impacto muito mais forte da burocracia na política.
       Introduziu o sistema de mérito no serviço público, acompanhado de regras precisas sobre o recrutamento de funcionários e de elaborado sistema de treinamento para os que pretendessem atingir os escalões mais altos da carreira.
      Disputa política entre burocracia, nobreza e o imperador.
      Homogêneo, porém com elite "treinada" de juristas e bacharéis em direito.
      Predominância do Estado, em desfavor da representatividade.

PORTUGAL:
     Revolução burguesa abortada.
     Dependia economicamente do funcionalismo público, diferentemente do inglês que tratava o funcionalismo público como um hobby ou obrigação. Caráter parasitário.
     A presença marcante dos legistas na formação de quase todos os Estados modernos foi ainda mais acentuada em Portugal. Consequência Código Afonsino, o primeiro código legal a ser redigido na Europa.
    Formação de uma burocracia no sentido moderno do termo.

BRASIL:
     Herança burocrática portuguesa que forneceu a base para a manutenção da unidade e estabilidade da ex-colônia.
    Elite ideologicamente homogênea.
    Funcionalismo público, grandes proprietários de terra no nordeste e o exercito formavam a elite brasileira.
    Elite deveria ir buscar estudo na Universidade de Coimbra, onde estariam sobre a supervisão de Portugal que temia colocar instituições superiores de ensino na colônia.
    Terra como principal fonte de riqueza.
    Paradoxalmente, quem não conseguia encontrar lugar para trabalhar como senhor de engenho, senhor de escravos, entrava para o funcionalismo público, que se tornava um refúgio para os elementos mais dinâmicos que não encontravam espaço de atuação dentro dessa agricultura.

Concluindo:
As elites inglesa e americana, são mais liberais e menos estatais, enquanto as elites prussiana, portuguesa e brasileira são mais estatais a serviço do Estado e menos privativas, liberais.

Guilherme Lopes de Sousa



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