Desde que se iniciou o processo de urbanização no Brasil, ele se deu de forma concentrada e monopolista, e o mesmo aconteceu com a industrialização. O resultado disso é que certas regiões, em especial Rio de Janeiro, São Paulo e Recife (desde a época da colônia), viraram pólos de atração de investimentos, em detrimento de outras regiões. Com seu crescimento, foram virando metrópoles e, conseqüentemente, centros nacionais. E, com a atração populacional crescente (com o êxodo rural e tudo mais), outras cidades menores foram se ligando a essas cidades, formando o que chamamos de megacidades. Um bom exemplo é a Grande São Paulo, que envolve 39 municípios (entre eles, a cidade de São Paulo), todos eles juntos numa grande mancha urbana (duas ou mais cidades que se juntam fisicamente, não sendo possível delimitar aonde uma termina e a outra começa). E a tendência dessas megacidades é continuar crescendo, juntamente com as cidades médias, que futuramente se tornarão metrópoles.
- Metrópoles e gestão pública
O processo de urbanização e, futuramente, de metropolização das cidades, é seguido pelo processo chamado de conurbação, que consiste na junção de aglomerados urbanos (cidades, municípios, núcleos urbanos), gerada pelo crescimento exagerado do território ou da influência de pelo menos um desses aglomerados, gerando o efeito da mancha urbana.
Observação: mesmo que não haja junção física, podem ser formadas áreas conurbadas e manchas urbanas pelo intenso fluxo (de bens, pessoas, informações) entre os núcleos urbanos envolvidos
Observação 2.0: a conurbação gera um sério problema, pois o crescimento acelerado e descontrolado dos núcleos urbanos não é acompanhado por medidas dos governos locais para ampliar os serviços básicos (educação, transporte, saúde, moradia), criando áreas faveladas e subúrbios aonde o governo é ausente.
Observação 3.0: é o processo de conurbação que gera as megacidades (ítem anterior).
- Megalópole e metrópole extendida
Apenas 400 km separam as nossas duas maiores metrópoles Rio e Sampa. O caminho que as separa é delimitado pelo Vale do Paraíba, entre a Serra do Mar e da Mantiqueira, por onde passa a rodovia que interliga as duas cidades, a Presidente Dutra. Nesse caminho, várias cidades menores margeiam a estrada. Com o desenvolvimento crescente de São Paulo e Rio em meados do século passado, houve um crescimento das duas cidades em direção ao Vale do Paraíba, criando a possibilidade de um aglomerado gigantesco entre as duas cidades, chamado Megalópole. Mas essa conurbação nunca ocorreu, pois embora São Paulo continue se desenvolvendo de vento em popa, o Rio sofreu uma retranca quando foi transferida a capital de Guanabara para o Distrito Federal, retirando muitos investimentos da região. Isso dificultou a junção das duas cidades e, graças a isso, a Megalópole é chamada de Incompleta, pois mesmo sem união física, as duas cidades mantém entre si fluxos constantes de capitais, informações, pessoas e bens.
O Rio parou, mas Sampa continuou crescendo. Não mais na direção do Vale, mas pros lados, em direção a Campinas (centro industrial), Sorocaba, São José dos Campos (tecnopólo) e Santos (porto mais importante), todas cidades importantes no cenário regional e nacional. E, como a distância entre elas é relativamente pequena (comparada com a distância do Rio), a possibilidade de conurbação física é real nas próximas décadas. A esse conglomerado deu-se o nome de metrópole extendida, que se caracteriza pela industrialização acelerada (atração de investimentos) e pela queda gradativa da qualidade de vida (excessiva concentração e repulsão de pessoas e empresas).
É isso, boa prova amanhã!!