Questão Palestina
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Questão Palestina


Dá-se o nome de Palestina à região do Oriente Médio atualmente formada pelo Estado de Israel e pelos territórios árabes da Faixa de Gaza e Cisjordânia. Tal lugar já foi (e continua sendo) palco de grande tensão no cenário internacional por causa da disputa de terra entre judeus e árabes, ambos os grupos reivindicando o território integral como sendo do direito exclusivo de apenas um deles.Voltemos no tempo para analisar a origem dessa disputa.

  • Século I d.C.: A Palestina é invadida pelo Império Romano, o que causa a fuga em massa de judeus para a Rússia e para a Europa. Tal dispersão foi chamada de Diáspora dos Judeus.
Nos lugares aonde se instalaram, com seus bancos e "lujinhas", os judeus prosperaram economicamente (pleonasmo) e acabaram irritando a economia de certos países. O primeiro exemplo disso foi na Rússia do século XIX, onde o tzar ordenou um massacre sem precedentes de judeus. A irritação não vinha só dos russos, mas dos europeus em geral. Esse clima de "ninguém-me-quer" levou os judeus a voltarem para a sua pátria, no chamado Movimento Sionista. Mas, quem estava no território? Não eram os romanos, mas os árabes, ocupando quase que a totalidade da Palestina. O clima de disputa de terras já começou aí.
Depois da Primeira Guerra Mundial, com o fim do império turco-otomano, que controlava grande parte do Oriente Médio, a Palestina virou um território sob comando britânico (a partir de 1922). Em 1947, depois da Segunda Guerra, a Inglaterra estava com o orçamento apertado e, não mais conseguindo bancar territórios como o Palestina, deixou ao encargo da ONU a região.
  • Assembléia de Partilha da Palestina: a ONU, em 1947, tendo em vista a incapacidade dos ingleses de manterem a Palestina e em "indenização" aos judeus por tudo que perderam na Segunda Guerra (Holocausto), tomou o território da Palestina e dividiu entre Árabes e Judeus, deixando os Árabes com Gaza e Cisjordânia e os Judeus com a área central (e Jerusalém como área internacional).
Num clima de iminente Guerra Fria e EUA e URSS lutando por áreas de influência, logo logo os dois povos da Palestina se aliaram a cada um dos lados: os árabes ao lado da URSS comunista e os judeus ao lado dos EUA capitalista, que sempre investiram pesado nesse aliado em meio a um mar de árabes.

  • Com a partilha feita, os britânicos puderam deixar a área em 14 de maio de 1948. Nesse mesmo dia, árabes e judeus se declararam guerra, na chamada Guerra de Independência ou 1ª Guerra Árabe-Israelense. Depois de 8 meses de guerra, EUA e URSS intervieram para a assinatura de um cessar-fogo. Como os judeus já ocupavam 68% de Gaza e Cisjordânia, foram declarados vencedores e, quase imediatamente, se auto declararam independentes da ONU, criando o Estado de Israel (capital: Tel Aviv). É com a guerra também que se inicia o movimento da Diáspora Palestina (dos árabes).

  • Cerca de 19 anos depois da 1ª Guerra Árabe-Israelense, se inicia na região outra guerra entre (adivinha) árabes e judeus. Mas, dessa vez, houve participação do Egito e da Síria do lado dos árabes, que, mesmo assim, não foram páreos para as forças de Israel (exército mais bem treinado do mundo). Israel, nessa guerra, chamada de Guerra dos Seis Dias (06/1967) ou 3ª Guerra Árabe-Israelense, ocupou a área que faltava de Gaza e Cisjordânia, além de Golãn (que era da Síria, estrategicamente importante por causa do estoque de água doce), da Península do Sinai (área pertencente ao Egito, importante lugar de passagem de mercadorias e petróleo - Canal de Suez) e de Jerusalém oriental (pertencente à Jordânia anteriormente). Para assegurar a ocupação de Gaza e Cisjordânia, o governo de Israel ordenou a implantação de assentamentos civis nos dois territórios.

  • Síria e Egito, que ficaram ressentidos com a perda de Golãn e do Sinai (respectivamente), tentaram uma represália contra Israel seis anos depois, em 1973. O dia escolhido para o ataque-surpresa havia sido o dia do Yom Kippur, um feriado judaico (os soldados patrulhando os territórios árabes eram em menor quantidade). A guerra ficou conhecida como Guerra do Yom Kippur ou 4ª Guerra Árabe-Israelense. Israel sofreu um baque, mas logo revidou, bombardeando as bases aéreas da Síria e do Egito e mobilizando as tropas em solo para assegurar que os territórios ocupados não seriam retomados por sírios e egípcios, que tiveram que recuar. A guerra durou 16 dias, de 5 a 21 de outubro.
Como forma de reprimir Israel pela derrota árabe no Yom Kippur, os árabes (maioria na OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo) elevaram o preço do barril de petróleo em 314% (de U$2,70 para U$11,20), o que começou uma crise mundial de importação/exportação de petróleo.

Parênteses: o Brasil, país que importava cerca de 80% do petróleo que utilizava (país rodoviarista), entrou em período de recessão econômica, com o aumento galopante da dívida externa (juros altíssimos) e da inflação (aumento constante de preços no mercado - desvalorização da moeda).

Em 1979, com Jimmy Carter na presidência dos EUA, foram assinados os Acordos de Camp David (residência de "campo" dos presidentes dos EUA) entre Israel e o Egito, planejando a devolução do Sinai ao Egito.

O Egito, que na época era líder da Liga dos países Árabes, foi duramente criticado pelos demais componentes da Liga por negociar com o "satã" (Israel e EUA), sendo expulso da chefia da Liga Árabe. Um egípcio radical, contrário aos acordos de paz, assassinou o presidente do país.
Para piorar o momento de tensão, também em 1979, estourou no Irã a Revolução Islâmica, que derrubou o Xá Rezah Parlev (pró-EUA) e elevou ao poder o clero, na figura do Aiatolá Khomeini (radical islâmico). Com isso, o Irã se proclamou inimigo do Ocidente cristão e de Israel.

Com idas e voltas em batalhas e tréguas, em 1993 foi eleito em Israel o primeiro-ministro Yitzhak Rabin, do Partido Trabalhista (mais liberal, contrário ao Likud - extrema direita). O slogan do partido era "Terras em troca de paz", o que em si já indicava um possível avanço na negociação da cessão de terras para os árabes palestinos de Gaza e Cisjordânia. Na mesma época, foi eleito para a OLP (representação dos árabes-palestinos) o egípcio Yasser Arafat (que passou maior parte da vida entre palestinos).

  • Já no ano de 1993, Rabin e Arafat sentaram-se para a concretização de acordos de paz. O primeiro acordo realizou-se na capital da Noruega e levou o nome da cidade: Oslo I (09/93). Suas diretrizes eram a devolução da Faixa de Gaza à OLP (com autonomia limitada/parcial) e a devolução da cidade de Jericó (da Cisjordânia). Dois anos depois, em setembro de 95, novamente em Oslo, foi assinado o acordo Oslo II, que determinada a devolução de 40% da Cisjordânia à ANP (Autoridade Nacional Palestina, ex-OLP, presidida por Arafat).
Ao voltar pra casa depois do "passeio" na Noruega, o primeiro-ministro Y.Rabin foi assassinado por um rebelde israelense (provavelmente morador da parte da Cisjordânia que fora devolvida aos árabes). Com o assassinato de Rabin, os acordos ficaram em pausa. Foram convocadas, então, eleições em Israel. O partido vencedor, o Likud (de extrema direita), elegeu o primeiro-ministro Benjamin Nethanyahu (1996). Cumprindo as promessas de campanha, Nethanyahu agiu severamente contra os árabes, desconsiderando os tratados de Oslo e remilitarizando as zonas de Gaza e Cisjordânia.

Em 2000 foram convocadas novas eleições, nas quais o Likud novamente prevaleceu, elegendo o enigmático Ariel Sharon, que prometera ter punho firme contra os árabes. Realmente, foi tão severo que mandou prender Yasser Arafat por este ser ligado ao terrorismo. Preso e em péssimas condições de saúde, Yasser é mandado em 2004 para a França para receber tratamento médico. Não aguenta e morre em novembro. São convocadas eleições para a ANP, ganhando Mahamu Abbas, do partido Fatah. Assim que Abbas assume, Sharon e ele negociam a desativação dos assentamentos de Gaza, reivindicação principal de Arafat antes de sua morte.

Matéria dada até aqui. Qualquer atualização, faço amanhã antes das 20:00.

Atualmente no poder em Israel: Likud, elegendo novamente Nethanyahu. Na ANP quem lidera é o grupo com braço armado terrorista Hamas.


**As guerras pulam de 1ª guerra árabe-israelense pra 3ª, pois a 2ª envolve outro tipo de conflito, em especial com o Egito, e só vai ser tratado com o F. Mendes depois.

Boas provas!

  • Plantão terça-feira de física/geografia no prédio azul, de 14 às 19 horas!!!








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