História do Brasil: Declínio da Monarquia e Ascensão da República
A Política na América a partir de 1776: com Independência dos EUA e a chegada de um novo sistema político (república presidencialista), os países da América (colônias de potências européias) começaram a se politizar para a tentativa de se libertarem do domínio de suas metrópoles. Com o tempo, os povos foram iniciando revoltas coloniais e, com o tempo, fazendo movimentos de independência ? adotando o sistema presidencialista dos EUA. No Brasil não foi diferente: houve revoltas e veio, ocasionalmente, a independência. Mas, como tudo no Brasil, a Monarquia deu um jeitinho de se manter: a própria independência foi feita pelo Príncipe Regente e, consequentemente, instalou-se uma Monarquia governada por um Imperador português e da mesma família real que governava Portugal: era o Brasil na contra-mão da história americana, com um governo anacrônico (fora de seu tempo, contra as tendências progressistas). Passaram-se os anos de 1822 a 1831 com vários conflitos e Pedro I abdica em favor de seu filho Pedro II e vai para Portugal assumir seu trono. Pedro II estava novo demais para assumir o trono do Império, então Brasil passou por uma época de ?Império sem imperador?, com as regências (que o Paulo considerou um período sem governo). Em 40, assume o jovem imperador Dom Pedro II (14 anos), outro português governando o Brasil, que se dizia independente.
Muito hábil, Dom Pedro II governou durante 49 anos. A manutenção de seu poder foi garantida por meio de alianças. Entre as alianças, a principal era a do imperador com a Elite Cafeeira (o Estado garantia a escravidão e as vantagens comerciais dos cafeicultores e estes garantiam a permanência política e econômica da monarquia). As ligações brasileiras com a Inglaterra também ajudavam na manutenção econômica. Mas as mesmas ligações com a Inglaterra começaram a ameaçar a economia quando os ingleses perceberam que a escravidão atrapalhava a expansão dos seus mercados; resolveram então lutar contra o tráfico. Em 1850 foi enviada uma carta (Lei Bill Aberdeen) ao Congresso Brasileiro avisando que se o governo brasileiro não tomasse medidas para a extinção do tráfico de escravos, a Inglaterra interviria militarmente. Como resposta, o Congresso aprovou a Lei Euzébio de Queiróz, que extinguia o tráfico negreiro a partir de 1850. Depois dessa lei vieram outras, como a Lei do Ventre Livre e a do Sexagenário que são chamadas leis abolicionistas, mas que tinham justamente o objetivo oposto à abolição: adiá-la o máximo possível. Daí a habilidade de Pedro II em manter suas alianças. Até 1888, quando a Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel (com autoridade de Pedro II). Com isso, os cafeicultores afastaram-se da monarquia e buscaram o auxílio dos militares.
Os militares brasileiros, desde o início de sua existência, não interferiram na vida política do país (eram apolitizados). Mas isso mudou no Segundo Reinado. Mais especificamente na Guerra do Paraguai (1864-1870). A Guerra do Paraguai foi causada por diversos motivos, entre eles o ideal expansionista do presidente paraguaio Solano López. A Guerra começou com uma grande ofensiva paraguaia, tomando territórios argentinos, uruguaios e brasileiros. Formou-se então uma aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai (e apoio da Inglaterra), chamada Tríplice Aliança, contra o Paraguai. No início, o Paraguai resistiu contra os inimigos, mas acabou perdendo os territórios conquistados. Durante alguns anos a guerra ficou estagnada, sem avanços nem recuos dos dois lados. Os militares brasileiros, lutando ao lado de argentinos e uruguaios, foram sendo influenciados pelos ideais de democratização, participação na política, positivismo (?ordem e progresso?) e de instauração de uma república.
A guerra estagnada gerava um grande desgaste, o que causou a saída e Uruguai e Argentina nas frentes de batalha (e também tinham problemas internos pendentes). Brasil e Paraguai passaram a se enfrentar no 1x1. Com o país desgastado e sem muitas forças pra resistir, Solano López foi perdendo espaço para o exército brasileiro, que juntamente com a Marinha, atuou na invasão e ocupação do país, vencendo a guerra em 1870.
Voltando para casa e vendo a situação de absolutismo destoante com os ideais que tinham apreendido na guerra, o exército (em especial na liderança do Marechal Deodoro da Fonseca) se mobilizou para dar um Golpe no imperador Pedro II. Mas vendo que a aliança entre o imperador e os cafeicultores seria capaz de reprimir o golpe, o exército esperou. Esperou até a situação se tornar explosiva: com a assinatura da Lei Áurea e o rompimento dos cafeicultores com D. Pedro II o momento havia chegado. Aliando-se aos descontentes cafeicultores, o exército organizou, em novembro de 1889, o Golpe que tiraria Pedro II do trono e instalaria uma República.
Dia 15 de novembro de 1889, mobilizando as tropas para o Paço Imperial, Deodoro da Fonseca sitiou (cercou com tropas) o Palácio Imperial. O problema é que o Imperador lá não estava. Estava lá apenas o genro de D. Pedro, o francês Conde D?Eu, que tinha sido chefe militar das tropas na Guerra do Paraguai (exemplo de nepotismo). Deodoro mandou que o Conde avisasse o sogrão que ele não mais seria imperador e que estava sendo instaurada uma República. Depois disso, Deodoro viu que não havia mais nada a ser feito por hora e decidiu ir para casa dormir. Mais tarde é que os representantes dos cafeicultores o acharam dormindo em casa e o avisaram que alguém precisava tomar o poder. Ele, Deodoro, ficou com o encargo de ser o primeiro presidente na história do Brasil. Diga-se de passagem que ele não era muito fã de política e não gostou tanto assim da idéia.
República Velha (1889 ? 1930)
· República da Espada ? Governo de Deodoro
Assumindo no final de 1889, Deodoro já começou seu mandato irritando o Congresso ao dizer que os políticos no Brasil ganhavam muito e trabalhavam muito pouco. Sem o apoio do Congresso para votar suas medidas, Deodoro tenta criar um sistema de modernização do país. Coloca, para o cargo de Ministro da Fazenda, o diplomata Rui Barbosa, que lança o plano do Encilhamento (todos aqueles que mandassem uma proposta de industrialização para o Ministério da Fazenda e tivessem seus projetos aprovados receberiam o dinheiro do governo). O Encilhamento foi um fiasco, pois muitos projetos foram aprovados e pouquíssimos foram concretizados, ou seja, o governo gastou um dinheiro que não seria usado para o fim a que era destinado: as pessoas aproveitavam-se da falta de fiscalização para gastarem o dinheiro cedido pelo governo. Como a quantidade de projetos era maior do que o orçamento do governo, Rui Barbosa mandou a Casa da Moeda imprimir mais dinheiro, o que desvalorizou a moeda (o dinheiro ia perdendo seu valor). Para piorar a situação, Deodoro fechou, num ato militar, o Congresso (instaurando uma ditadura).
A crise econômica e atitude ditatorial de Deodoro causaram a Revolta da Armada do Rio de Janeiro (1891), sob o comando do Almirante Custódio de Melo, que cercou a cidade pelas praias e deu um ultimato para Deodoro: ou ele renunciava ou a cidade seria bombardeada (na prática, os civis estavam reféns da Marinha). Cedendo à pressão, Deodoro renuncia não só ao cargo de presidente, mas a todas as honrarias e títulos militares, vivendo o restante de sua vida como cidadão comum. Quem assume é seu vice, Floriano Peixoto, também líder militar (que queria ter lutado contra Custódio de Melo na Revolta da Armada, mas Deodoro não permitiu). Floriano, na verdade, não deveria ter assumido (a Constituição de 1891 previa que se o presidente saísse do cargo antes de dois anos, seriam convocadas novas eleições e Deodoro saiu faltando 14 dias para esse prazo). Mas sobre o governo dele, falamos no próximo resumo (Paulo disse que só viria até a renúncia do Deodoro).
É isso, galera. De História tá tudo aí. Dúvidas, estarei de tarde na escola na quarta-feira. Abraços.
PS1: Não haverá resumos de química. Pelo menos não hoje.
PS2: meus ?superiores? pediram que eu fizesse um apelo aqui para que vocês se cadastrem no site do eanki : HTTP://galois.eanki.com.br, que deve entrar em funcionamento até o fim da primeira etapa, segundo eles.