Casa dos Resumos
República Velha
Provas de Quinta: História, Sociologia e Química. Resumos do Paulo, do Cássio e do Eduardo. Quarta-feira, no período da tarde, darei uma revisão de história e sociologia (e resolução de exercícios de química, se der tempo). Aos interessados, estarei no Galois da L2 a tarde toda; só me procurar. Vamos ao que interessa agora...
REPÚBLICA DO BRASIL - REPÚBLICA VELHA
Dá-se o nome de República Velha ao período da história brasileira compreendido entre a Proclamação da República (1889) e a ascensão de Vargas ao poder (1930). Tal período pode ser dividido em 3 fases (na verdade, são 2 e a segunda é subdividida): República da Espada, República Oligárquica e República do Café-com-leite (que não deixa de ser parte da Oligárquica).
- República da Espada (1889 - 1930)
Iniciado com o golpe republicano de 15 de novembro, o governo republicano brasileiro começou com a presidência do Marechal Deodoro da Fonseca, que (como já vimos em outro resumo) teve de renunciar graças à 1ª Revolta da Armada - o almirante Custódio de Melo, em resposta às medidas ditatoriais de Deodoro, como o fechamento do Congresso, ameaça bombardear a cidade do Rio de Janeiro. Com a renúncia de Deodoro, o certo seria convocar eleições (pois o vice só poderia assumir depois da metade do mandato; como a renúncia foi antes disso, nada feito), mas Floriano Peixoto, vice-presidente, assumiu ilegalmente a presidência e disse que governaria um mandato inteiro. Contra tal medida ditatorial, Custódio de Melo se lançou novamente contra o governo central, ameaçando bombardear o Rio. Floriano, mais rápido, organizou uma contra-ofensiva e expulsou a Marinha do Rio, perseguindo-a até Santa Catarina, onde a Marinha havia se instalado com apoio dos separatistas. Com auxílio dos gaúchos nacionalistas, Floriano massacrou a 2ª Revolta da Armada e a Revolução Separatista na cidade de Desterro, que mudou de nome para Florianópolis (bem modesto o cara). Terminado o seu mandato, Floriano e o exército retiraram-se da política para só voltar muito tempo depois.
- República Oligárquica (1894 - 1906) ou Ditadura dos Cafeicultores
Como o nome oligárquica sugere, esse foi um período de "governo de poucos", no qual a cafeicultura de São Paulo se manteve no poder através de fraudes eleitorais, conchavos políticos, trocas de favores, corrupção... E tudo isso num ambiente político aparentemente democrático: eleições, vários partidos, etc. Mas a situação era sempre a mesma: aquele que tivesse o apoio da cafeicultura ganhava. Um dos mecanismos mais usados para fraudar os resultados era o voto de cabresto; voto de cabresto era o voto aberto, no qual o eleitor era acompanhado de perto por "fiscais eleitorais", preparados para intimidar os eleitores para votarem no candidato apoiado pela cafeicultura. Como tudo era feito para dar impressão de democracia, nos lugares em que havia imprensa, o voto de cabresto não existia; existiam urnas prontas para a contagem, ou seja, a urna na qual eram depositados os votos populares era incinerada e a contagem era feita por outra urna preparada para dar a vitória para o candidato escolhido pelos Barões do Café.
O primeiro presidente eleito pela cafeicultura foi o paulista Prudente de Morais. No seu mandato, criou regras de protecionismo comercial favorecendo os cafeicultores de São Paulo. Depois de Prudente, veio o também paulista Campos Sales, que ficou conhecido por sua política de troca de favores e tráfico de influência, chamada de Política dos Governadores (ex: o governador de goiás quer que sua filha trabalhe no exterior. Sendo assim, pede ao presidente que facilite a admissão de sua filha. Feito isso, o governador fica devendo ao presidente um favor e, quando necessário, o presidente poderia, por exemplo, pedir ao governador que influenciasse os senadores goianos para votarem a favor de uma lei do partido do presidente). Com tal prática, Campos Sales controlava, indiretamente, grande parte dos estados brasileiros (menos o Rio Grande do Sul, mas depois falamos dos gaúchos).
Com a saída de Campos Sales, é "eleito" o presidente Rodrigues Alves. Governou sob tutela dos cafeicultores e aproveitou dos muitos favores devidos a Campos Sales pelos governadores. No fim de seu mandato, a cafeicultura estava enfrentando problemas financeiros: o café brasileiro não estava mais no primeiro lugar isolado do consumo externo, além de produzir numa escala muito maior do que estava conseguindo escoar (vender). Com os excedentes, o preço tenderia a despencar e os cafeicultores quebrariam. Para evitar tal tragédia (pois era o café que movia economicamente e politicamente o país), os Barões do Café se reuniram na cidade paulista de Taubaté para decidir que medidas seriam tomadas para se evitar uma crise. Extremamente submisso, Rodrigues Alves concordou com as decisões tomadas e assinou o "Convênio de Taubaté" (1905), que garantia que o governo brasileiro compraria todo o excedente da produção de café nacional, mantendo os preços e os lucros da cafeicultura. Como Rodrigues Alves sairia no final daquele ano de 1905, o próximo presidente que arcaria com o fardo.
Mas, antes de darmos continuidade, vejamos agora os motivos para a insatisfação dos gaúchos com os paulistas. Além de São Paulo e Rio, os Estados mais participativos na política nacional desde os primórdios do Brasil Império eram Minas Gerais (Inconfidência Mineira) e Rio Grande do Sul (Revolta Cisplatina, Farroupilha, Revolta Separatista). Os mineiros nunca foram de se mostrar, esperando sempre a hora certa para se manifestar no cenário político ("astutos"). Já os gaúchos sempre foram mais exaltados, criticando a torto e a direito o governo central ("enrustidos"). Com a manutenção do governo nas mãos dos paulistas (corrupção, voto de cabresto, política dos governadores), os gaúchos estiveram sempre criticando e denunciando as práticas ilegais de SP. Cansados de serem deixados de lados nas decisões políticas, os mineiros começaram a traçar uma possível aliança com os gaúchos para retirar os paulistas do poder. Os manos viram o trampo que tava rolando na parada e decidiram cortar logo o barato dos gaúchos, chamando os mineiros para dividirem o poder. Barbaridade, tchê?! Novamente isolados, os gaúchos continuaram criticando a então instaurada Política do Café-com-Leite (acordo de alternância de poder entre paulistas e mineiros), que durou até 1930.
- República do Café-com-Leite (1906 - 1930)
Como ainda não vimos os 8 governos desse período em detalhes, apenas listarei os nomes e respectivos estados dos presidentes mantidos pela cafeicultura paulista e mineira:
- Afonso Pena - Minas Gerais
- Nilo Peçanha - São Paulo
Hermes da Fonseca - Rio Grande do Sul (exceção à política café-com-leite, para amainar as críticas dos gaúchos ao governo central)
Venceslau Brás - São Paulo
Delfim Moreira - Minas Gerais
Epitáfio Pessoa - São Paulo
Artur Bernardes - Minas Gerais
Washington Luís - São Paulo
Depois de W. Luís, termina a Política do Café-com-Leite e, junto com ela, termina a República Velha (1930), pois houve uma revolução militar, chamada Revolução Tenentista, que foi responsável por derrubar a cafeicultura do poder e colocar na presidência um representante que agradasse aos gaúchos (que não mais suportavam a alternância SP -MG e pediram ajuda ao Exército) e ao Exército (responsáveis pela Revolução). Começa aí uma nova fase da República Brasileira.
COMUNIDADE DE CANUDOS
A sociedade solidária fundada em Canudos (região do Norte da Bahia; início da República Velha), teve como iniciador e líder o chamado Antônio Conselheiro, considerado um líder messiânico. Antes, então, de vermos o que foi a comunidade de Canudos, vejamos o que seria o messianismo. Messiânico é tudo aquilo que se refere a um messias, alguém enviado para servir a uma causa maior que ele. Os exemplos mais concretos são os 3 fundadores das religiões monoteístas: Abraão (Judaísmo), Jesus Cristo (Cristianismo) e Maomé (Islamismo). O messianismo pode existir, então, no campo religioso (como os 3 exemplos) ou no campo político. O messianismo no campo político é diferente do religioso, pois o "messias" político não serve a uma causa maior, ele cria e prega a sua causa. Exemplos concretos são os ditadores Hitler e Mussolini, que se utilizavam da crença do povo em suas idéias para conquistar outros povos. Antônio Conselheiro foi uma mescla de messias político com messias religioso: ele teve o sonho de procurar uma região aonde seria estabelecida uma comunidade solidária. Ele pregava essa crença juntamente com sua fé católica, o que aproximou muitos fiéis de sua causa.
Sua caminhada à procura da região sonhada durou 17 anos, escolhendo a região de Canudos (norte da Bahia) como propícia para a fundação de sua sociedade. Seu projeto, que durou 4 anos - antes de ser destruído, foi um sucesso: ao final dos 4 anos, moravam em Canudos mais de 20 mil pessoas, sem contar os milhares de peregrinos que ali paravam para buscar aconselhamento com Antônio Conselheiro (daí ele pegou o apelido). Aconselhamento tal que podia ser, inclusive, de cunho religioso, o que incomodou os bispos baianos (que estavam perdendo "clientela"). Além dos bispos, Conselheiro tinha mais dois fortes inimigos: os latinfundiários que eram, inicialmente, donos das terras de Canudos e o governo federal, que via a sociedade independente de Canudos como uma ameaça à integridade nacional (além de Antônio Conselheiro falar bem de D. Pedro II, a quem tinha conhecido na maior seca do Nordeste - o Imperador estava numa visita para confortar e amainar os sofrimentos dos súditos nordestinos, o que cativou a simpatia e o respeito de Antônio).
Embora falasse bem de D. Pedro e da Monarquia, Conselheiro não pretendia criar um governo monárquico. Muito pelo contrário, o que ele instituiu foi um socialismo, de certa forma: era uma sociedade solidária, independente e auto-suficiente que chegou, inclusive, a exportar algodão para os EUA. Mas, sob o pretexto de que ele estava fazendo uma revolução, o governo tomou medidas para acabar com Canudos. Inicialmente, o governo baiano mandou 100 soldados. Todos morreram nas mãos dos jagunços (seguidores de Antônio Conselheiro que resistiam às invasões). Posteriormente, enviaram 600 soldados. Novamente, perderam todos. O Governo Central resolve, então, entrar na briga: 1600 soldados são enviados. Todos morrem (por incompetência: tinham equipamentos para uma abordagem surpresa mas atacaram em noite de lua cheia, podendo ser vistos claramente pelos jagunços). Depois de humilhado, o Exército resolve apelar: 10 mil homens são mandados para Canudos, que não conseguiu resistir por muito tempo - a população foi dizimada e Conselheiro morreu em combate.
A matéria do, que eu saiba, cai até aí. Talvez ele nem tenha dado Café-com-Leite em algumas salas, mas já fica aí. Abraços!
Aulinha de revisão, quarta-feira, no Galois da L2, das 14h às 18:30h!
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