Resenha: Surpreendentes X-men: Perigoso
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Resenha: Surpreendentes X-men: Perigoso



Como conceito de quadrinhos, os X-men são singulares em seus papéis tanto de super-heróis como de professores. Poucos escritores conseguem equilibrar esses dois aspectos com perfeição e, em geral, optam por um às custas do outro. Contudo, Whedon tem a habilidade de equilibrar perfeitamente personagens e situações, utilizando o Instituto Xavier e seus alunos especiais de maneiras diferentes e inovadoras, mas ainda reservando momentos suficientes para que cada personagem brilhe.
? Marco M. Lupoi


Olá, pessoal! Eu sou o Igor, escritor e podcaster co-criador da Taberna dos Escritores, e vou postar, periodicamente, algumas resenhas de HQs e talvez até livros para vocês aqui no Meta Resumos ? principalmente sobre os volumes que estão saindo quinzenalmente na coleção de Graphic Novels da Marvel. Então, devidamente apresentado, vamos à resenha:

Antes de qualquer coisa, já aviso que, em questão de X-men, nunca li nada que realmente me interessasse ou fosse digno de recomendação, mas confesso que tive uma agradável surpresa com Os Surpreendentes X-men: Perigoso (Astonishing X-men 7-12) ? pelo menos, até a metade da edição 12 ? então sugiro que, se estiver interessado em ler esse pequeno arco, dê uma folheada antes nos títulos anteriores da revista (Astonishing X-men 1-6) e em Novos X-men: E de Extinção (Nex X-men 114-117) para entender melhor o background da história.
Em suma, o enredo dessas seis edições gira em torno de uma nova e inesperada ameaça que toma conta da Mansão Xavier: Perigo, ou, mais especificamente, Sala de Perigo ? sim, aquela mesma onde eles treinavam no desenho animado X-men Evolution ?, o simulador super tecnológico do Instituto que, depois de um acontecimento bem macabro, surta e decide que o objetivo de sua existência é exterminar todos os X-men e alunos residentes da mansão.
De início, achei a ideia de criar, assim tão subitamente, um inimigo robô super poderoso com inteligência artificial mirabolante demais e até batida ? de robô maníaco homicida já me basta o Ultron ?, mas o fato de se tratar da encarnação da Sala de Perigo, onde a equipe de mutantes treinou por tanto tempo e testou todas as suas estratégias de combate, tornou a coisa deveras mais interessante. Não que os mutantes nunca tivessem enfrentado algo tão mortífero quanto, é só que a ideia de assassinar todo o grupo de uma só vez em sua própria base de operações me pareceu uma ideia magnífica ? isso, com certeza, teria nos livrado daquele um zilhão de títulos mutantes da Marvel que surgiram nos anos 90 ?, no entanto, como de praxe, o roteirista Joss Whedon não teve culhões de matar um mísero integrante dos X-men.
Ao que tudo indica, o clímax desse arco acontece nas ruínas da antiga cidade mutante da Ilha Genosha, onde um verdadeiro massacre de 16 milhões de mutantes ocorreu tempos antes, o que tornaria o lugar um cenário perfeito para liquidar com os X-men. Ainda que meus sonhos não tenham sido concretizados nessa edição ? parece que só o Justiceiro conseguiu dar um fim nesses caras ?, me diverti muito com a batalha que se dá na ilha, principalmente com o intento bem arquitetado do Professor X de destruir Perigo e com a forma como o roteirista expõe o lado mais primitivo do Fera.

Até então, tudo corria bem na história, porém, não tardou muito para a coisa desandar. Eu até aceito o fato de Perigo ser quase indestrutível ou do Fera praticamente desafiar as leis da gravidade enquanto luta com ela em pleno ar e ainda tem tempo para impedir a queda do Professor X, mas o computador cheio de telas e teclados na cabeça do Sentinela Gigante e a capacidade da Kitty Pryde de encontrar um arquivo bloqueado em meio a milhares de funções e informações de sistema sem, sequer, se materializar já é forçar de mais a barra. A tentativa do roteirista de sensibilizar um robô que tinha muito mais motivos para ser uma ?máquina de matar? que a própria Perigo então jogou a história no lixo. Na minha cabeça, prefiro acreditar que o Wolverine conseguiu destruir os sistemas do Sentinela a tempo de salvar todo mundo e aquelas várias toneladas de metal voltaram para o fundo do mar, de onde nunca deveriam ter saído.
Como se não bastasse, tive de ler um sermão que o Scott Summers deu no Charles Xavier ? sim, um dos caras mais inteligentes e conceituados do universo Marvel ? por ele ter ?oprimido? uma forma de inteligência artificial. Mais uma vez, prefiro imaginar que essa tentativa de colocar o vilão da história na situação de ?coitadinho? nunca aconteceu e que Perigo é uma ameaça digna de respeito, não de pena.
As únicas coisas que salvam essa hecatombe que foi o fechamento do arco são a possibilidade de Emma Frost voltar a ser uma vilã da franquia e o gancho que autor deixa para a continuação do título.
Desavenças a parte, é um material bem divertido, de leitura fluida e com uma ótima arte de John Cassaday. Caso algum de vocês esteja pensando em ler ou reler a obra, dou a dica de observar o interior de Perigo que transparece entre as frestas da pele mecânica. Acredito que algumas imagens que aparecem lá refletem, de alguma forma, os pensamentos ou as decisões que a vilã está tomando ? achei isso bem interessante. Aliás, para não terminar esta resenha com tanta amargura, deixo, logo abaixo, um alívio cômico que aparece bem no início da história ? o que, afinal, se passa na cabeça de Logan.


(clique na imagem para ler melhor)
Sobre o Autor:
Igor Dmirkutska
Autor de 'Senhores do Anoitecer, Lua de Sangue' e podcaster co-criador da Taberna dos Escritores.
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