HUMANISMO (ver +)Contexto Histórico: Idade Média (transição para a Idade Moderna)
No período do
Humanismo, as cantigas medievais deixaram de existir, sendo substituídas por poesias mais elaboradas que passaram a ser escritas e impressas (ao invés de cantadas, como as cantigas do
Trovadorismo). Esse tipo de poesia, que se restringia aos palácios e às pessoas mais nobres e cultas, era chamada de
poesia palaciana. Além dela, destacamos o teatro de Gil Vicente e as crônicas de Fernão Lopes.
Poesia Palaciana: poesia mais elaborada e própria das pessoas mais intelectuais e nobres (poesia dos palácios). Uso de recursos linguísticos mais avançados e elaborados.
Gil Vicente: se destacou com o seu teatro, que tinha o objetivo moralizante (criticava o comportamento e os costumes da época). Ele é o autor do
Auto da Barca do Inferno.
Fernão Lopes: ele escrevia crônicas que retratava, com habilidade, a sociedade portuguesa da época.
CLASSICISMO (ver +)Contexto Histórico: Idade Moderna (Renascimento), Grandes Navegações.
O
Classicismo foi o período da história da Literatura Portuguesa que ocorreu durante o Renascimento (Idade Moderna). O Renascimento foi uma mudança de comportamento e de pensamento que mudou a cultura medieval.
Antes do Renascimento (Idade Média): a Igreja Católica dominava a sociedade (teocentrismo: Deus no centro de tudo). Não havia avanços científicos (o sol ainda girava ao redor da terra) e a fé explicava tudo.
Depois (Renascimento, Idade Moderna): Antropocentrismo (valorização do homem), Racionalismo (valorização da razão), valorização das artes clássicas (volta à antiga cultura grega e romana), paganismo (elementos mitológicos da cultura antiga, como os deuses gregos). Ou seja: o antropocentrismo substituiu o teocentrismo medieval e o racionalismo (razão, pensamento lógico) substituiu a fé. Na história da literatura, esse período é chamado de
Classicismo.
O Classicismo faz parte do Renascimento e possui as suas características (antropocentrismo, racionalismo, paganismo, volta à cultura clássica, etc). O grande destaque literário desse período foi
Camões, autor de
Os Lusíadas.
Os Lusíadas: poema épico (ou seja: conta aventuras épicas) que narra as grandes navegações portuguesas e a descoberta do novo caminho para as Índias (Oriente). Características: valorização do homem (que é capaz de desbravar o mar e ir além), universalismo (conquista do mundo), paganismo (deuses e figuras mitológicas influenciam na aventura). Os portugueses são vistos como heróis (por causa da Expansão Marítima).
Com a Expansão Marítima, o Brasil é descoberto e se transforma em colônia de Portugal, herdando, assim, a Língua Portuguesa. Desse modo, inicia-se a história da Literatura Brasileira.
QUINHENTISMO (ver +)Contexto Histórico: Grandes Navegações
O Brasil foi descoberto em 1500 e a partir de agora começa a Literatura Brasileira. O
Quinhentismo (uma referência ao ano de 1500) é o período literário brasileiro dos anos 1500 e tudo o que tínhamos sobre o Brasil eram os textos informativos que os navegantes europeus escreviam para descreverem a terra descoberta (
Literatura de Informação). Sendo assim, o marco inicial da Literatura Brasileira foi
A Carta de Caminha, primeiro documento escrito sobre o Brasil (foi escrito por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal com o objetivo de dar notícias sobre a terra descoberta e descrever as suas características). Também temos a ocorrência da
Literatura de Catequese, que tinha o objetivo de catequizar os índios (o grande nome desse período foi o padre José de Anchieta).
BARROCO (ver +)Contexto Histórico: Contrarreforma
O
Barroco foi o período literário brasileiro iniciado em 1580. Era a época da Contrarreforma (reação da Igreja Católica contra a Reforma Protestante). Sendo assim, o Barroco expressava o período de conflitos que as pessoas da época viviam.
Características: período de oposições e de conflitos (fé x razão, corpo x alma, pecado x virtude, vida x morte). A linguagem era mais complexa e difícil, com jogo de palavras, inversões, excesso de metáforas e de figuras de linguagem e vocabulário complicado (características do cultismo, ou seja: obsessão pela linguagem culta). Quanto às ideias, elas também eram mais elaboradas, mais complexas e exigiam mais o raciocínio lógico (características do conceptismo). Autores: Gregório de Matos (autor de vários poesias líricas e satíricas) e padre Antônio Vieira (conhecido pelos seus sermões e pela sua habilidade como orador).
ARCADISMO (ver +)Contexto Histórico: Iluminismo, Revolução Francesa
Como já vimos, a linguagem e as ideias do Barroco eram complexas e complicadas, além das instabilidades das ideias opostas. O
Arcadismo vai contra isso e busca o equilíbrio e a simplicidade. Outras características: "
fugere urbem" ou fuga da cidade (a cidade é um ambiente ruim), preferência pela natureza (ambiente bucólico e pastoril), "
carpe diem" (aproveitar o tempo), predomínio da razão sobre a emoção. Autores do período: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão.
O Brasil deixou de ser colônia de Portugal e alcançou a sua independência. Sendo assim, a nossa literatura ganhou mais força e se consolidou. A partir de agora, se torna cada vez mais comum estudarmos individualmente os autores e suas obras, além, claro, das características gerais dos períodos literários. Vamos estudar, agora, a Literatura Brasileira do século XIX.
ROMANTISMO (ver +)Contexto Histórico: Independência do Brasil, Brasil Império, Abolição da Escravatura, Proclamação da República.
O
Romantismo foi o período literário que começou no início do século XIX e é caracterizado pelo predomínio da emoção, dos sentimentos e da linguagem subjetiva. Os escritores românticos eram mais sentimentais e emotivos. Essa época é dividida em três períodos:
Indianismo (primeira fase),
Ultrarromantismo (segunda fase) e
Condoreirismo (terceira fase).
Indianismo: com a independência do Brasil, os autores desse período se preocupavam em definir a nova identidade nacional. Sendo assim, o sentimento era de patriotismo e de nacionalismo, valorizando tudo o que o Brasil tinha. A figura central dessa valorização era o índio, símbolo nacional.
Ultrarromantismo: essa fase é caracterizada pelo pessimismo profundo, pela depressão, pelo saudosismo, pelo individualismo e pelas frustrações. Os ultrarromânticos (românticos exagerados), influenciados pelo poeta britânico George Byron, se sentiam trises, entediados, depressivos e se interessavam por temas ligados à morte e à noite. Essa geração de poetas ficou conhecida como "Mal do Século" (por causa do pessimismo que eles expressavam).
Condoreirismo: os autores condoreiros se preocupavam mais com a questão social, como a escravidão, a educação e a miséria. Os destaques desse período são: Castro Alves, Fagundes Varela e Sousândrade.
REALISMO (ver +)Contexto Histórico: Século XIX
O Romantismo é substituído pelo
Realismo em 1881, com a publicação de
Memórias Póstumas de Brás Cubas (de Machado de Assis). Os autores do período do Realismo eram contrários ao excesso de sentimentos e de emoções dos românticos e procuravam enxergar o mundo de maneira realista, tal como ele realmente era.
O foco dos autores realistas era a sociedade: eles criticavam o comportamento social da época, criticando o clero, a burguesia e abordando questões familiares, como o adultério. Em seus textos, os autores também faziam a análise psicológica dos personagens, de modo a abordar as questões da maneira mais realista e coerente possível.
O grande destaque do período foi
Machado de Assis com a sua trilogia (
Memórias Póstumas de Brás Cubas,
Quincas Borba e
Dom Casmurro).
NATURALISMO (ver +)O
Naturalismo faz parte do Realismo (os dois movimentos ocorreram ao mesmo tempo) e nada mais é do que um Realismo mais aprofundado (é um desdobramento do Realismo), interpretando o mundo de um modo mais científico. O Naturalismo trata o homem como uma espécie de objeto de estudo, que deve ser observado. Pela experiência e pela observação (características científicas) é possível entender a realidade. Sendo assim, os textos naturalistas priorizam a descrição e os detalhes (reflexo da observação).
Principais autores desse período:
Raul Pompeia (autor de
O Ateneu) e
Aluísio de Azevedo (autor de
O Cortiço e de
O Mulato).
PARNASIANISMO (ver +)O
Parnasianismo foi um movimento literário que se desenvolveu junto com o
Realismo e com o
Naturalismo, sendo que a diferença é que o Parnasianismo se restringe à poesia.
A poesia parnasiana se preocupa com a sua aparência: o vocabulário é rebuscado e a poesia é precisa e bem trabalhada, buscando-se sempre a forma perfeita (esse conceito é chamado de "arte pela arte"m ou seja: o fazer poético é uma arte). Os versos são regulares (gosto pelos sonetos, por exemplo) e a linguagem é objetiva e descritiva. O grande nome desse período foi
Olavo Bilac.
SIMBOLISMO (ver +)O
Simbolismo foi um movimento de oposição ao
Realismo, ao
Naturalismo e ao
Parnasianismo. Os simbolistas eram contrários ao caráter científico e objetivista desses movimentos. Sendo assim, o Simbolismo tinha as seguintes características: subjetivismo, mergulho no "eu" (valorização dos sentimentos individuais e da subconsciência), proximidade pelas questões filosóficas e existenciais, explicação da realidade por meio de símbolos (metáforas, imagens), misticismo (cosmos e questões espirituais).
A Literatura Brasileira do século XX foi transformada completamente com o movimento modernista.
PRÉ-MODERNISMO (ver +) O
Pré-Modernismo foi um período de transição entre o estilo literário conservador (século XIX) e o estilo literário moderno (século XX). Portanto, nesse período há uma mistura e uma oscilação entre esses dois estilos. Podemos destacar os seguintes autores:
Euclides da Cunha (autor de
Os Sertões),
Lima Barreto (autor de
O Triste Fim de Policarpo Quaresma) e
Monteiro Lobato (autor de
O Sítio do Pica-Pau Amarelo).
MODERNISMO (ver +)O
Modernismo foi um movimento literário iniciado em 1922 com a
Semana de Arte Moderna. Esse movimento é dividido em três períodos (conhecidos por "gerações" ou "fases").
1ª Geração (1922 - 1930): a primeira fase do Modernismo é caracterizada pela linguagem coloquial e livre (poesia sem rimas nem métrica, totalmente livre e despreocupada com a gramática), com temas inspirados no cotidiano das pessoas. Os principais autores desse período foram: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.
2ª Geração (1930 - 1945): o destaque dessa geração foi a prosa regionalista, que acaba retomando as características do Realismo (descrever o mundo tal como ele é, de modo objetivo e coerente). A linguagem usada nos livros possui as características de suas regiões, sendo retratada do modo como ela é falada.
Principais autores na prosa: Graciliano Ramos (autor de Vidas Secas), Jorge Amado (autor de Capitães de Areia), Rachel de Queiroz (autora de O Quinze) e José Lins do Rego (autor de Fogo Morto).
Principais autores na poesia: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes.
3º Geração (1945 - 1960): os nomes que se destacaram nesse período foram: Clarice Lispector (autora de Laços de Família), Guimarães Rosa (autor de Grande Sertão Veredas), João Cabral de Melo Neto (autor de Morte e Vida Severina), Nelson Rodrigues (no teatro). Essa fase também é conhecida como "pós-modernismo" ou "Geração de 45". Os romances são urbanos, regionalistas e intimistas.