- Mais-valia: é a exploração dos operários pelos capitalistas, que obrigam a classe operária a trabalhar exaustivamente para obter mais lucro, lucro este que não é repassado àqueles que realmente trabalharam (mais resumidamente: é o lucro gerado por um trabalho não realizado - não realizado pelos capitalistas, que ficam com o lucro, mas sim pelo proletariado).
Olhem, é bem provável que, se ele já cobrou esse conteúdo na 2ª etapa, ele cobre menos agora na 3ª. Vamos então para a matéria nova: Estado e Pobreza.
Lá na Antiguidade, desde os gregos e romanos, já tinha-se uma visão do que era o Estado: uma forma de organização política da sociedade, feita de forma complexa e hierarquizada (hierarquia: divisão por graus de importância). O Estado, por meio de um governo central, de instituições e funcionários públicos, tem o monopólio do uso da força (seja ela jurídica, policial, religiosa), garantido pela legitimidade dos governantes/dirigentes. A legitimidade pode ser dada por uma divindade (teocracia, como nos povos árabes), por tradição familiar e cultural (como no Absolutismo) ou pelo povo (democracia, como nos dias de hoje).
Sempre que governo central delega cargos e/ou tarefas para instituições ou servidores públicos, damos o nome de Burocracia. Os burocratas são aqueles que trabalham de forma direta ou indireta para a máquina estatal. O excesso de burocracia muitas vezes aumenta o nível de corrupção e diminui a eficácia das decisões governamentais, pois os projetos e o dinheiro passam por muitas instâncias até chegar aonde deveria.
Independentemente de conseguir isto ou não, o objetivo do Estado é garantir a vontade e o bem geral da população, o que é diferente da vontade de todos ou da maioria - é mais como a intersecção das vontades das classes: saúde, segurança, educação, propriedade. Geralmente, o Estado representa os interesses das classes dominantes, de tal forma que ele consiga manter a ordem social vigente (as tradições, as classes, a religião, etc.). Quando o Estado é excessivamente burocratizado e/ou se é autoritário, ele torna-se autônomo, ou seja, governa acima da vontade geral (ex: ditaduras).
Muito antiga também é a noção de pobreza. A pobreza é resultado das desigualdades sociais, existentes desde que o mundo é mundo (ou como diria Rousseau, desde a criação da propriedade privada). As desigualdades sociais, por sua vez, são geradas pela estrutura (política, econômica, cultural, religiosa e histórica) e pela estratificação (divisão) de cada sociedade. São exemplos claros de estratificação social:
- Castas: divisão milenar da sociedade indiana, baseada na diferença de nascimento e de religião.
- Estamentos: divisão tradicional do Medievo entre o Clero, os Nobres e o restante - servos, burgueses; os "Três Estados".
- Classes: divisão antigamente (Rev. Industrial) baseada na produção - proprietários e operários - e hoje baseada no poder de consumo - classes A, B, C, D e E; ou Alta, Média e Baixa.
Olhando para as civilizações antigas, vemos que a desigualdade era algo aceitável. Na Antiguidade, por exemplo, gregos e romanos aceitavam a escravidão e a servidão como algo natural para que, enquanto alguns trabalhassem e/ou passassem por privações, outros usufruíssem das benesses. Na Idade Média, a pobreza é aceita como vontade divina e os bens materiais não levam à salvação, sendo considerados então supérfluos. Mas, a partir da Modernidade, com o Humanismo e com o Liberalismo (todos os homens são iguais, com direitos iguais), as desigualdades e a pobreza passam a ser vistas como inaceitáveis. Sendo assim, como justifica-se a inegável pobreza existente até então? Pela injustiça e pela sociedade de privilégios ilegítimos em que vivemos, na qual a apropriação (econômica) e a dominação (política) das classes dominantes tornaram-se mais poderosas que os valores culturais e tradicionais da sociedade (moral, honra, religião, etc.).
Então de Sociologia é isso, pessoal! Dúvidas e correções por comentários. A prova é quarta-feira, junto da de matemática, e é de múltipla escolha, como as demais da 3ª etapa. Postarei os próximos resumos (de humanas) sempre 2 dias antes da prova (na máximo) e darei aulas/plantões com o Rodrigo nas vésperas das provas.
Só uma correção no calendário de aulas: na sexta feira, dia 26/06, a minha aula começará as 15:20 (tenho Thomas).
Abraços,
Félix.