Casa dos Resumos
A Arte Controversa Utilizada por Jesus e Nietzsche
Um outro sinal distintivo dos teólogos é a sua incapacidade filológica. Entendo aqui por filologia (...) a arte de bem ler - de saber distinguir os fatos, sem estar a falseá-los por interpretações, sem perder, no desejo de compreender, a precaução, a paciência e a finesse. (Nietzsche).
Observemos algumas semelhanças entre Jesus e o filósofo Nietzsche. Embora inicialmente possa parecer um paradoxo, ou caso alguém tenha algum preconceito contra algum deles, por favor, deixe de lado por enquanto, porque vale a pena conhecer a rara arte controversa que ambos utilizaram, e por que utilizaram.
Ao ler alguma frase de Jesus ou do Nietzsche, não se precipite no entendimento do intelecto superficial, porque suas palavras são como uma espada de dois gumes. Quando realmente compreendidas, elas "decepam" os dois lados da ignorância intelectual e emocional (fé cega e ceticismo). Contudo, não confunda com a "espada inflamada" (verdade e mentira).
Segundo a conclusão do filósofo Nietzsche, que inclusive quase foi um pastor protestante (Luterano), como seu pai e seus avôs, Jesus não foi exatamente um religioso fanático como João Batista e os fariseus, como a maioria entendeu. Caio Fábio também percebeu que, o que se criou desde bem logo foi aquilo que já era comum, uma doutrina remanescente. Aconteceu o que o apóstolo Paulo mais combateu em sua época. Fique atento porque isto é fato histórico e não teoria intelectual nem crença religiosa.
Caio Fábio, psicanalista Clínico e ex-pastor Presbiteriano, em seu livro "O Caminho da Graça Para Todos", se refere também aos equívocos da doutrina cristã que a humanidade herdou. Já o filósofo Nietzsche havia percebido a doutrina rudimentar dentro do próprio Evangelho, a qual mais tarde foi abolida também dentro do próprio Evangelho, conforme veremos em detalhes. Por isso ele disse que o Deus de Jesus Cristo não era o mesmo Deus do apóstolo Paulo, pois em Cristo estava o próprio Deus que feria as instituições (visão rara).
Contudo, como o filósofo Nietzsche era uma pessoa inteligente e instruída, professor de filosofia e filologia, acabou por perceber a arte controversa que Jesus também utilizou através dos rudimentos de sua doutrina, a qual o apóstolo Paulo deu continuidade e mais tarde foi abolida porque não era mais necessária.
Verificaremos minuciosamente sobre a abolição dos rudimentos da doutrina de Cristo para não deixar margem para dúvidas. Nietzsche apenas aproveitou a estratégia oposta utilizada por Paulo para reforçar ainda mais o propósito de sua arte, que nesse caso era conquistar os ateus que já eram maioria em sua época, e não os religiosos como Jesus havia feito, uma vez que, na época de Jesus, a maioria era exatamente os religiosos ignorantes e fanáticos.
Veremos que tanto o religioso, quanto o ateu (moral e imoral), ainda estão limitados pelo labirinto da mente dualista (cérebro duplo), entre os seus dois extremos:Repressão e compulsão, fé cega e ceticismo. Dualidade da mente condicionada e contraditória. Sabedoria humana, demasiada humana.
Para compreender melhor a questão da abolição dos rudimentos da doutrina de Cristo, é aconselhável ler os títulos e subtítulos "Rudimentos da Doutrina de Cristo", "Graus de Iniciação Espiritual" e "Significado da Arca da Aliança". Do contrário ficaria difícil compreender por que exatamente o fundamento dos rudimentos da doutrina de Cristo: "arrependimento de obras mortas" (de pecados), "fé em Deus" (fé cega em Deus) e "juízo eterno", entre outros, foram abolidos no livro de Hebreus.
Em sua época, como as pessoas não estavam prontas para receber a novidade, de um ensinamento radicalmente oposto ao que os religiosos moralistas conheciam, Jesusprecisou fazer uso da doutrina rudimentar já conhecida, para poder conquistar aos poucos, a confiança das pessoas religiosas e preconceituosas. Depois os rudimentos abolidos eram substituídos pela "oração do coração", ou pelo verdadeiro arrependimento da ignorância intelectual e emocional, na medida em que cada indivíduo ia ficando pronto para compreender e aceitar a boa nova.
A "Oração do Coração Humilde" (razão + emoção) é um auxílio para poder transcender a limitação e fragilidade da mente virtual e superficial dualista (cérebro duplo). Esta oração praticada pelos verdadeiros cristãos do passado conduz a espiritualidade científica, além dos limites do condicionamento da mente maliciosa e interesseira. O resultado é o amor incondicional e o perdão eterno. Liberdade!
Esta oração significa unir ou trazer a contraditória mente soberba, complexada e mentirosa (ficção) para dentro do coração humilde (realidade). Dessa forma, o indivíduo pode compreender melhor o que significa a perfeição que Jesus Cristo se referia.
A "Oração do Coração" (humilde) foi uma espécie de meditação resgatada e ensinada por Jesus Cristo. Depois, praticada pelos primeiros cristãos do deserto e, em seguida, pelos padres do deserto. Esta oração, já foi adulterada na Internet. Ela está mais completa em livros como: "A Prática da Presença de Deus" e "Relatos de Um Peregrino Russo".
Vamos verificar a diferença radical entre o amor incondicional (discernimento espiritual), que não impõe nenhuma condição obrigatória para "salvar" ou libertar o ser humano de sua própria ignorância intelectual, emocional e espiritual; e o amor condicional humano (sabedoria intelectual), que impõe condições obrigatórias, que ao invés de libertar, escraviza e "condena" ainda mais cada indivíduo. Um fardo pesado e inútil que nem eles mesmos suportam, e não querem carregar, como o próprio Jesus já havia advertido.
Eu gostaria que o leitor, por gentileza, verificasse com calma em um dicionário, o significado da palavra "filologia", caso ainda não conheça, porque, foi através deste conhecimento raro que o filósofo Nietzsche elaborou a sua brilhante arte controversa. Caso não tenha um dicionário impresso, utilize um dicionário on-line.
É por isso que existem frases do Nietzsche que parecem realmente contraditórias, até serem compreendidas corretamente o seu verdadeiro significado e objetivo.
Por causa da delicada arte controversa utilizada por Nietzsche, há muitas pessoas, inclusive, inteligentes e instruídas, ateus e espiritualistas, que estão realmente convencidas que o filósofo Nietzsche era de fato cético e ateu.
As observações do filósofo Nietzsche a respeito dos equívocos escritos pelo o apóstolo Paulo, servem para nos alertar. Porém, havia um propósito por traz dos equívocos iniciais. Fazia parte dos graus de iniciação espiritual das pessoas. Uma estratégia psicológica (expediente), algo semelhante ao véu de tecido que Moisés utilizou em seu rosto, cujo significado simbólico, era para que os filhos de Israel (religiosos) não se apegassem a sua aparência física, assim como haviam se apegado a aparência física de Abraão.
Aconteceu que, o apóstolo Paulo havia pregado também um evangelho superficial, assim como o próprio Jesus pregou no início, através dos rudimentos de sua doutrina provisória, devido à necessidade do povo religioso de sua época. Por exemplo, a ideia religiosa cruel e antiga do juízo eterno (castigo eterno), que muitos religiosos moralistas se apegaram e ainda amam. Tais rudimentos foram abolidos mais tarde, conforme verificaremos como e por que, com base no Novo Testamento.
Quanto ao filósofo Nietzsche, seu pai e seus avôs eram pastores luteranos. Ele lia a Bíblia quando criança e também na adolescência. Quando tinha 19 anos estudou também Teologia com o objetivo de ser um pastor protestante. Durante a infância, seus colegas lhe chamavam de pequeno pastor, porque ele lia a Bíblia para eles.
O fato de Nietzsche ter nascido num lar protestante, ter conhecido e lido a Bíblia desde a infância, não foi por acaso. A sua missão já estava traçada espiritualmente, mas a sua conclusão dependeria apenas da direção que ele tomasse. Algo semelhante também aconteceu com Jesus Nazareno em sua época, conforme indícios na Bíblia, quando ele, desde criança interrogava os doutore da lei.O Autor!Dando um exemplo particular, um aspecto da doutrina que tem sido muito eficiente em compelir à observância religiosa é a ameaça do fogo do inferno. (Richard Dawkins).
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