(Resumo das passagens mais importantes)
- Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia. Ela divide-se em Antigo e novo testamento. Em toda a bíblia vemos que se trata da aliança feita por Deus com os homens, principalmente por intermédio de Moisés e em seguida pelo ministério de Jesus Cristo.
- O antigo testamento divide-se em três partes:
Ø A Lei (Torá) que contém cinco livros (chamados mais tarde de Pentateuco): Gênesis (Livro das origens), Êxodo (O assunto principal é a saída do Egito), Levítico (Coleção de prescrições rituais relativas ao culto público e privado), Números (Narrações da permanência dos hebreus no deserto), Deuteronômio(Coleção de discursos e de exortações à fidelidade para com Deus).
Ø Os profetas: Livros históricos
Ø Os escritos: Salmos, na maioria do Rei Davi, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras e Neemias e Crônicas.
- A Bíblia católica divide os 46 livros do antigo testamento:
- O Pentateuco (isto é, a lei). São os cinco primeiros livros (gênesis, Levítico, Números e Deuteronômio), onde Moisés narra a criação do mundo e os primórdios da história do povo hebreu.
- Os livros históricos
- Os livros sapienciais
- Os livros proféticos
- O novo testamento, com 27 livros, é dividido em:
1. Cinco livros históricos: quatro evangelho segundo S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João e Atos dos Apóstolos. Os evangelhos narram a vida de Jesus Cristo, que procurou mostrar aos judeus e à humanidade o caminho que deviam seguir.
2. Vinte e uma cartas dos apóstolos
3. Um livro profético: o apocalipse de S. João
Gênesis
- Deus é o criador do mundo e é distinto do universo. O homem (Adão) foi criado da terra, mas animado de um sopro de vida. Contudo, seduzido pelo poder da mentira, (onde Eva, a mulher, o fez comer o fruto proibido por Deus) desobedece à Deus para querer tornar-se igual à ele. Dessa forma, o pecado entrou no mundo. O homem foi excluído do Paraíso do Éden.
- O homem continua no pecado e comete o seu primeiro crime quando Caim mata Abel; ambos são filhos de Adão e Eva.
- Sobrevém o dilúvio, onde pediu à Noé que fizesse uma arca pois haveria de chover quarenta dias e quarenta noites. Noé, sua família e vários animais foram salvos.
A Torre de Babel
- Toda a terra tinha uma só língua. Alguns homens partindo para o oriente começaram à construir uma cidade e uma torre cujo cimo atingisse os céus. Mas o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que construíram e disse: Eis que são um só povo, disse ele, e falam uma só língua, com isso futuramente poderão executar todos os seus empreendimentos. Então, o Senhor confundiu a linguagem de todos, fazendo com que eles se dispersassem pela face de toda a terra e cessassem de construir a cidade. Por isso, deram-lhe o nome de Babel, ou seja, Torre de Babel.
- Sodoma e Gomorra são supostas cidades que de acordo com a Bíblia, teriam sido destruídas por Deus com fogo e enxofre descido do Céu. Os seus habitantes eram cananeus. Segundo o relato bíblico, as cidades e seus habitantes foram destruídos por Deus devido a tantos pecados. Antes disso, Lot (filho do irmão de Abraão) havia sido avisado para não olharem para trás, ele e sua mulher. Porém, quando começou a destruição, a mulher de Lot olhou para trás e e ficou no mesmo instante convertida em uma estátua de sal. A expressão "Sodoma e Gomorra", se aplica por extensão as cinco cidades-estados do Vale de Sidim, no Mar Salgado ou Mar Morto. Eram elas: Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela (também é chamada de Zoar). Sodoma e Gomorra, segundo o Antigo Testamento são duas antigas cidades próximas ao mar Morto. Diz-se que foram destruídas devido à indecência e às perversas práticas sexuais de seus habitantes. No livro de Deuteronômio, cap 29, versículo 24 a 27, diz que Sodoma e Gomorra foram destruídas porque serviram a outros deuses.
Os Hebreus e o monoteísmo religioso
- A primeira parte da Bíblia; o Antigo Testamento narra a história do povo hebreu, desde sua formação até a sua dispersão pelo mundo. A história deste povo tem início com Abraão, descendente de Sem, patriarca de um clã fixado nas proximidades da cidade de Ur, na Caldéia.
- Conta a Bíblia que Deus - a quem os hebreus chamavam Javé (ou Jeová) apareceu a Abrão, fazendo com ele um pacto. De acordo com este pacto, Abrão deveria ir com sua família em busca de outro local para viver, a ?Terra prometida?. Em troca Javé daria a Abraão uma descendência mais numerosa que as estrelas do céu e a faria dela a maior de todas as nações.
- A terra prometida ou Terra de Canaã localizava-se na Palestina, conhecida como crescente fértil.
- Por volta do ano 1900 ac. O patriarca Abraão partiu em busca da terra prometida. Estava com sua mulher Sarai e Lot, filho de seu irmão.
- Abraão e Lot se separaram. Abraão fixou-se na terra de Canaã e Lot nas cidades da planície até Sodoma, onde seus habitantes eram perversos e pecadores diante do senhor.
- Deus, estando insatisfeito com Sodoma, destruiu-a com uma chuva de enxofre e de fogo. Deus permitiu apenas que Lot e sua mulher saíssem da cidade. Um anjo havia avisado antes para eles que não olhassem para trás durante a destruição da cidade, mas a mulher de Lot olhou para trás e se transformou em uma coluna de sal.
- Sarai não podia ter filhos e pediu a Abraão que dormisse com sua escrava egípcia para lhe nascer um filho e sendo assim, nasceu Ismael. Deus disse à Abraão: ?Não chamarás mais a tua mulher Sarai e sim Sara?. Depois de um tempo, apareceram três anjos à Sara e Abraão e disseram: ?Voltarei à tua casa dentro de um ano, e Sara tua mulher, terá um filho?. Sara riu pois já estava na velhice. E depois desse tempo, nasceu Isaac.
- Depois de um tempo, Deus, querendo testar a fidelidade de Abraão pediu o sacrifício de Isaac: o Holocausto. Abraão obedecendo a Deus estava quase sacrificando o filho quando o anjo do senhor gritou e não deixou que Abraão o fizesse. Deus viu que Abraão realmente temia a Deus.
- Sara fez com que Ismael fosse embora. Deus deixou porque seria de Isaac que nasceria a posteridade. Sara morre.
- Passados anos, Abraão pediu a um escravo que voltasse em sua terra natal e procurasse uma mulher para o filho Isaac. O escravo foi e trouxe Rebeca para Isaac.
- Abraão tomou outra mulher e teve outros filhos que ele lhe deu presentes mas sua herança deu a Isaac. Abraão viveu 175 anos e morreu.
- De Isaac e Rebeca nasceram 2 filhos gêmeos: Esaú que saiu primeiro e Jacó.
- Esaú e Jacó cresceram. Isaac já velho e sem visão abençoa Jacó que lhe trouxe um prato especial. Porém Isaac preferia Esaú e foi a ele que tinha lhe pedido esse prato especial. Rebeca que gostava mais de Jacó fez com que ele se passasse por Esaú e servisse primeiro o pai. Esaú ficou irado ao saber depois e quis matar Jacó. Então Rebeca pediu que Jacó passasse uns tempos na casa do irmão dela, em Harã.
- Jacó teve que se casar com as duas filhas do irmão de Rebeca, o Labão. Ficou por lá durante 20 anos e teve vários filhos. Jacó enriqueceu e volta para Canaã. Seu irmão já o havia perdoado. Antes de chegar, no caminho, Jacó lutou com um anjo que lhe apareceu e vençeu. O anjo disse-lhe que agora o nome do Jacó seria Israel que quer dizer ?aquele que luta com Deus?.
- Isaac morreu com 180 anos. Jacó se fixou na terra de Canaã. Teve doze filhos no total com as filhas Lia e Raquel (de Labão). Seus filhos deram origem às doze tribos de Israel.
- Divididos por dois reinos, o de Judá e o de Israel que é descrito como infiel ao seu Deus por sempre estarem se aliando aos Reis da Mesopotâmia e assimilando suas culturas religiosas.
- Judá é mais importante (segundo a Bíblia) pela vocação de liderança religiosa entre os dois reinos. Mas por trás dessa vocação religiosa, houve sim um grande desejo do reino de Judá em unificar toda a região tomando posse das terras de Israel, justificado pela própria geografia de Israel que era mais rica que a do reino de Judá.
- José, o filho mais amado de Jacó (pois era o filho da sua velhice) despertava ódio em seus irmãos. Um dia eles queriam matar a José num deserto mas viram uma caravana de ismaeleitas que iam para o Egito; então resolveram vendê-lo por 20 moedas de prata. José, então, foi levado para o Egito.
- O faraó do Egito simpatizou-se com José e confiou-o todos os seus bens, entregando todos os seus negócios a José.
- Um dia o faraó teve um sonho: sonhou que 7 vacas feias e magras devoraram 7 vacas belas e gordas. Sonhou ainda com 7 espigas magras que devoraram 7 espigas grossas e belas. Ninguém soube interpretar o sonho; apenas José que Deus falava por ele. José disse que Deus revelou o que iria fazer: haveria sete anos de grande abundância para todo o Egito e que viria em seguida sete anos de miséria.
- Sendo assim, o faraó colocou José à frente do seu povo e durante os anos de fartura, foi recolhida a quinta parte das colheitas do Egito para armazenar antes dos anos de miséria.
- Nesta época, quando chegaram os anos de miséria, todo o povo ia ao Egito comprar alimentos para a sobrevivência. Diante da grande fome também em Canaã, os hebreus, os irmãos de José foram para o Egito comprar alimentos e lá encontraram José, rico e poderoso pois já era o governador de toda região. José chorou ao ver os irmãos e pediu a eles que trouxessem toda a sua família para o Egito. Foi assim que os hebreus emigraram para o Egito. Os hebreus começaram, então a multiplicar-se.
- Jacó morreu e anos após José também morreu com 110 anos.
- O trono do Egito teve um novo rei. Este rei, vendo que o número de hebreus aumentava muito e poderiam vencê-los em uma guerra, ordenou a matança de todos os filhos recém-nascidos dos hebreus que fossem do sexo masculino. O faraó ordenou que todos os meninos fossem atirados no rio Nilo.
- A filha do faraó encontrou um menino em um cesto no rio e se encantou por ele. Então o adotou, dando-lhe o nome de Moisés, que quer dizer ?o salvo das águas?. Moisés foi criado na corte egípcia e era ele filho de um hebreu.
- Já adulto, vindo a conhecer a sua origem, Moisés revoltou-se com a perseguição dos egípcios ao seu povo que viviam escravizados em duros trabalhos. Deus, então, apareceu à Moisés e pediu que ele fosse até o faraó para pedir permissão de retornar o povo hebreu à terra de Canaã.
- Como o faraó endurecia o coração, Deus fez através de Moisés que muitas pragas acontecessem no Egito, exceto ao povo hebreu. Depois de muitas pragas, como rãs, mosquitos, úlceras, gafanhotos, trevas, etc. o faraó deixou-os ir. Mas Deus endureceu o coração do faraó para que ele perseguisse o povo hebreu. Deus quis triunfar gloriosamente sobre o faraó e seu exército para que os egípcios soubessem que Deus é o Senhor. Por isso, durante a travessia do povo hebreu ao mar vermelho, Deus fez com que as águas do mar se voltassem sobre os egípcios que os perseguiam. Apenas o povo hebreu conseguiu atravessar.
- O regresso dos hebreus à ?Terra de Canaã? recebeu o nome de Êxodo.
- De acordo com a Bíblia, foi durante a travessia do deserto que, no Monte Sinai, Moisés recebeu de Deus as duas ?Tábuas da lei?, onde estavam escritos os Dez mandamentos (ou decálogo). Êx.20.
- Depois de tempos, ainda no deserto, Moisés morre aos 120 anos, sem entrar na terra de Canaã.
- Josué, filho de Num ficou cheio do espírito de sabedoria porque Moisés lhe tinha imposto as suas mãos. Depois de 40 anos no deserto, os israelitas empreenderam a conquista da palestina pela tomada de Jericó pelo ano 1200. Josué morre aos 110 anos.
- A terra ocupada foi distribuída em doze territórios de acordo com as doze tribos, as quais foram se estabelecendo nas montanhas e vales de Canaã. Seguiu-se um período difícil de caracterizar. Os israelitas viviam em lutas contínuas com os antigos moradores dessas regiões. Esse período de juízes, durou cerca de 200 anos.
- Destaca-se nesse período, a história de Sansão, homem forte que segurou a boca de um leão. Contando o segredo de sua força à Dalila que eram os seus cabelos, os filisteus o atacaram e cortaram seus cabelos, furando-lhe os olhos. Sansão foi preso e seu cabelo cresceu novamente; então se vingou sacudindo o templo dos filisteus, matando a todos os príncipes dos filisteus, inclusive a ele mesmo. Sansão fora juiz em Israel durante vinte anos.
- Samuel, profeta do Senhor, foi juiz em Israel durante toda a sua vida. Samuel foi o último juiz e concedeu ao povo a Constituição de um Reino.
- O principal Rei Judeu, e o mais justo foi Davi.
- Os filisteus prosseguindo dominar a região dos hebreus, conseguiram tomar boa parte do seu território. Saul, o primeiro ?Rei dos hebreus? não conseguiu derrotá-los, sucedendo-o Davi, famoso por ter derrotado o gigante Golias, que era um campeão filisteu, um homem de guerra. Davi foi escolhido por Deus. Ele era filho de Isaí, de Belém. Davi foi guerreiro, tocador, adorador, rei, profeta, dançarino, amante, salmista, músico. Davi se derretia na presença do Senhor e tinha o coração como água. Por isso conquistou o Senhor. Mas depois sucumbiu aos chamados do mundo, assassinando e destruindo, pondo a perder tudo o que conquistara espiritualmente.
- Davi vençeu os filisteus conseguindo unificar as 12 tribos num estado forte. Davi reinou 40 anos.
- À Davi, sucede, Salomão, seu filho, que organiza o reino de Israel, faz aliança com o Egito e com Tiro e constrói o templo de Jerusalém e o Palácio Real. Salomão, notável por sua sabedoria levou os hebreus à prosperidade.
- A sabedoria de Salomão era divina. Foi ele quem fez a sentença das duas mulheres que afirmavam ser mãe do mesmo filho. A mulher que não deixou que o filho fosse dividido ao meio, esta, afirmou Salomão, é a mãe verdadeira. Com o passar do tempo Salomão abandonou a Deus e passou a adorar falsos deuses e feiticeiros pagãos, esquecendo quem lhe tinha dado tudo o que possuia. Salomão reinou Israel durante 40 anos, em Jerusalém. Roboão, seu filho, tornou-se rei em seu lugar. Nesse reinado há entre as tribos uma dissensão que termina com um cisma: as dez tribos do norte separam-se das de Judá e de Benjamim para construir um reino independente. Esse reino do norte durará cerca de dois séculos, tendo por capital a cidade de Samaria, conquistada por Sargon II.
- Vieram muitos reis, sendo Oséias, o último rei de Israel.
- Deus lançou para longe de sua face os israelitas porque estes adoraram outros deuses e se afastaram dos mandamentos do Senhor. Essa foi a ruína de Israel.
- O Livro das leis considerado ter sido escrito nos tempos de Moisés, foi reencontrado misteriosamente lá pelos anos 700 a.C. em uma reforma do Templo de Salomão. Faziam-se séculos que ninguém sabia desse misterioso desaparecimento! Faziam séculos que ninguém comemorava a Páscoa ! A descoberta do livro da aliança (Livro da lei: Deuteronômio), por um sacerdote, levou o Rei Josias a empreender uma vasta reforma religiosa e social, cujos efeitos foram de breve duração. Josias exigiu de forma radical as reformas religiosas definindo uma identidade própria para seu povo. Após o livro ter sido apresentado ao Rei Josias este passou a exigir que a páscoa voltasse a ser comemorada e destruiu todas as idolatrias, todos os cultos de sacrifício de crianças conforme o Livro das Leis pedia.
- Mas o reino de Judá foi declinando aos poucos até a expedição de Nabucodonosor que em 598 se apodera de Jerusalém. Ele transforma a Judéia em um estado vassalo, leva uma parte da população para Babilônia (onde era rei) e estabelece um vice-rei: Sedecias. Mas como este se revolta, Nabucodonosor toma uma segunda vez a cidade de Jerusalém e a incendeia em 589. A quase totalidade da população é então deportada para a Mesopotâmia, ficando o País sob um governo caldaico.
- O exílio dos israelitas durou, até que Ciro, rei dos persas autorizou em 538 aos judeus deportados voltarem novamente à Judéia. Esses judeus, assim que se foram estabelecendo em Jerusalém, começaram a reconstruir o templo. Os israelitas, privados de seus reis, procuram organizar-se em uma comunidade religiosa, a aliança divina aparece então restabelecida.
- No livro de Tobias, mostra que Tobias (filho de Tobit), homem bom e caridoso, o filho Tobias fez uma viagem a pedido do pai para receber um peso de prata (dinheiro) de um velho amigo. Então, apareceu ?Rafael?, um anjo que o ajudou na viagem. Rafael fez com que Tobias, durante a viagem conhecesse e se casasse com Sara que era infeliz pois já havia se casado sete vezes e todos os seus maridos morreram. Rafael o ajudou muito: prendeu o demônio que matava os maridos de Sara, conduziu-os de volta e curou a cegueira de Tobit, o pai de Tobias.
- Em 331, a Palestina inteira é conquistada por Alexandre Magno. Alexandre reinou 12 anos e antes de morrer repartiu o seu império entre os seus escolhidos.
- A partir de 323, a Judéia passa sucessivamente ao domínio da dinastia dos generais de Alexandre que dividem entre si o grande império grego. Pouco depois, os judeus atravessam um período de grandes tribulações e perseguições por parte do rei da Síria, ?Antíoco Epífanes?. É a época da revolta e da guerra santa de libertação, empreendida por Judas Macabeu.
- A Judéia conhece uma independência que se estende por cerca de um século; sua administração estava nas mãos de um príncipe da família dos Asmoneus, descendentes dos Macabeus.
- Jó foi um homem que passou por provações de Deus e ainda assim continuou fiel e justo à Deus, mesmo que satanás tenha lhe tirado tudo. Mas tudo o que perdeu, Jó ganhou em dobro de Deus.
- O Saltério é o livro de oração dos antigos judeus. ?Salmo? em hebraico quer dizer louvores. Na numeração dos salmos existe uma divergência entre o texto hebraico e a versão latina da vulgata. Essa divergência provém no texto hebraico da divisão imprópria do salmo 9. A numeração do texto latino, adotada no breviário e no missal romanos, é conservada na presente tradução. Portanto, para saber qual é a numeração do texto hebraico deve-se aumentar de uma unidade o número dos salmos desde o salmo 10 até o salmo 147. Ex: O salmo 22 (versão latina) é o mesmo que o salmo 23 (versão hebraica) nas bíblias evangélicas.
- O livro dos provérbios é atribuído à Salomão que produziu numerosíssimos provérbios de sabedoria.
Os maiores da Literatura Hebraica:
- Os salmos, cujo maior autor foi Davi.
- Os provérbios atribuído à Salomão
- O cântico dos cânticos, um dos mais belos poemas hebraicos.
- O livro de Jó, que conta a trágica luta entre o homem e o destino.
Os maiores profetas:
Ø Isaías: considerado como o maior profeta de Israel. Foi o profeta da justiça. Seus oráculos têm firme esperança num rei glorioso que há de vir e restaurar a ordem no mundo: o messias, o ?Príncipe da paz?. As profecias começam no livro de Isaías em diante.
Ø Jeremias: tímido, coração ardente e sensível, foi o ?Profeta das desgraças?. Combatia os pecadores e foi caluniado e preso. Foi símbolo do justo sofredor, tornou-se ele um prenúncio de Jesus Cristo, ?O homem das dores?, habituado ao sofrimento por causa dos pecados do seu povo.
Ø Lamentações: compõe-se este escrito de cinco poemas ou lamentações.
Ø Baruc: consiste numa magnífica exortação à penitência. Há também um majestoso poema à sabedoria no cap. 3, como único caminho que conduz a salvação.
Ø Ezequiel: o profeta expõe categoricamente o princípio da responsabilidade e do merecimento pessoal. Nos capítulos 16, 20, 23 há trechos com expressões ousadas. O profeta anuncia a ressurreição de Israel, a restauração do templo e o restabelecimento de uma ordem de coisas, onde reinará a justiça divina.
Ø Daniel: Daniel é um israelita levado à Babilônia entre os deportados por Nabucodonosor. O livro de Daniel é um dos mais curiosos entre os livros proféticos. Daniel revela sucessivamente o Reino de Deus, mas deixa nos leitores, a incerteza quanto ao tempo. Esse reino, o reino de Deus anunciado também pelos outros profetas, é o que será proclamado e realizado por Jesus Cristo. Daniel subentendeu também a segunda vinda do Senhor no fim dos tempos. São notáveis e interessantes as passagens: O sonho da estátua (cap 2) que fala dos reinos; Os três jovens na fornalha (cap 3); Sonho da árvore e Loucura do rei (cap 4), O festim de Baltazar (cap 5); Daniel na fossa dos leões (cap 6), Visão do carneiro dominado pelo bode (cap 8) principalmente do vers. 19 à 26; A oração de Daniel (cap 9); Os tempos messiânicos (cap 12); A história de Suzana (cap 13); História de Bel e Episódio do dragão (cap 14).
Uma profecia da Bíblia para pensar:
- Daniel em 538 ªc (7:13-27) predisse: Haverá 4 Reinos: Babilônico (Mesopotâmia), Medo-Pérsia (Pérsa), Macedônico (Grécia antiga) e Romano. E [os últimos] o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado, o de Cristo, que será um reino eterno e não será destruído.
- Vivemos numa época muito especial e marcante: período em que surgiria a sétima potência mundial da história bíblica. Essa potência é a única mencionada na Bíblia apenas de forma profética, visto que as seis potências anteriores constam no registro histórico da Bíblia. A respeito das sete potências ou ?reis?, a Bíblia predisse: ?Há sete reis, cinco já caíram, um é, o outro ainda não chegou, mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo?. (Apocalipse 17:10).
- A profecia em Revelação 17:10 complementa outra profecia no livro de Daniel. Ele escreveu sobre uma ?enorme estátua? vista pelo rei babilônico Nabucodonosor numa visão dada por Deus (Daniel: 2:28, 31-43). Daniel revelou ao rei que as partes da estátua representavam a sucessão de impérios que começou com a Babilônia, a potência mundial dominante naquela época. (O Egito e a assíria já haviam surgido e saído de cena). A História confirma a seguinte sucessão: a cabeça de ouro da estátua vista representava o Império Babilônico. O peito e os braços de prata retratavam a Medo-Pérsia. O ventre e as coxas de cobre se referiam a Grécia antiga. As pernas de ferro representavam o Império Romano. Os pés, uma mistura de ferro e argila, simbolizavam a falta de união em sentido político e social durante o período da potência mundial anglo-americana. Depois de descrever a estátua mencionada, Daniel escreveu: ?Cortou-se de um monte uma pedra, sem mãos, e ela golpeou a estátua nos seus pés de ferro e de argila modelada, e os esmiuçou? (Daniel 2:34). Muitos, hoje em dia associam os Estados Unidos como uma dessas maiores potências, ou seja, um grande império. Qual o significado dessa visão impressionante?
Ø Depois vieram outros profetas menores como Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
Ø Destaca-se o profeta Jonas: Deus pediu à ele que fosse a grande cidade ?Nínive? para profetizar. Mas, Jonas fugiu do Senhor; embarcou num navio para ?Társis?. Deus, então, levantou uma tempestade no mar. Os marinheiros não sabiam o que fazer para acalmar o mar. Jonas pediu que lhe jogasse ao mar para que o mar acalmasse. O mar se acalmou com Jonas nas águas, mas o Senhor fez com que um grande peixe o engolisse, por três noites no seu ventre. Jonas, então, reconheceu que devia ir à Nínive, como Deus lhe ordenara. Deus, então, fez com que o peixe vomitasse Jonas, na praia. E Jonas foi profetizar em Nínive.
Quem foi Elias?
- Elias foi um profeta bíblico que realizou vários milagres em nome de Deus.
- Anjo subordinado à Jesus Cristo (Arcanjo Miguel), Elias é aquele que sempre precede ao Senhor. Encontra em Malaquias: ?Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor?. Também em Mateus 11:14, 17:10-12, entre outros.
- Elias e João Batista são a reencarnação do mesmo espirito ( segundo Jesus ) .O profeta Elias andava com Deus; sua palavra era poderosa. Ele fez que não chovesse por três dias; destruiu os profetas de Baal, porque adoravam demônios.
- Antes de Elias ser arrebatado por Deus, ele disse ao seu servo Elizeu: Pede-me o que queres que te darei, e Elizeu pediu a porção dobrada de seu espírito, e assim sucedeu que quando Deus levou Elias numa carruagem de fogo, sua capa caiu do céu e Elizeu pegou e vestiu; assim recebeu a porção dobrada do espírito de Elias. O primeiro milagre que Elizeu realizou foi quando abriu o rio Jordão ao meio.
- O profeta Elias exerceu ministério profético nos tempos do rei Acabe (rei de Israel) que era casado com uma princesa sidônia chamada Jezabel. Foi Elias quem desafiou os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Asterote. O desafio consistia em que cada um clamasse à seu deus, e o deus que respondesse com fogo descido do céu, este seria o deus verdadeiro. Assim, os profetas de Baal e de Asterote clamaram do romper da aurora até ao meio dia e não obtiveram resposta. Porém Elias consertou o altar do Senhor e quando clamou à Deus, viu descer fogo do céu que consumiu o holocausto. Eliseu foi o sucessor de Elias. Quando foi procurado por Namã, um general sírio que era leproso, recomendou-lhe banhar-se sete vezes no rio Jordão para que ficasse livre da lepra.
- No ano 63 ªc Pompeu, o grande, invade a Palestina, reduzindo-a a uma Província Romana. Pouco depois, César entrega o governo da Palestina à Herodes Magno, um príncipe edumeu. Após a morte deste, o governo da Galiléia cabe à Herodes Antipas, filho de Herodes Magno.
- No ano 7 da nossa era, o governo da Judéia é confiado a um procurador romano. Mas, um novo movimento de independência provocou uma represália romana, uma guerra civil, onde o imperador romano Tiro entrou, no ano 70 da nossa era.
- Foi no ano 5 da nossa era, durante a dominação romana que nasceu na cidade de Belém na Palestina, Jesus Cristo, onde teve início o ano I da nossa era. O imperador romano na época era César Augusto.
- No ano 70 d.c após várias revoltas contra o domínio romano, Jerusalém foi destruída. Com a destruição da cidade santa termina a história dos antigos israelitas.
- A destruição de Jerusalém foi porque os judeus monoteístas se recusaram reconhecer atributos divinos no Rei de Roma. O imperador Tiro ateou fogo à cidade sagrada de Jerusalém e obrigou os judeus a deixar a Palestina. Aconteceu, então, a ?Diáspora?, isto é, a ?Dispersão do povo judeu? que durante muitos séculos deixou de existir como nação.
(Fatos desde a destruição de Jerusalém até os dias atuais).
- Israelenses: Judeus. Religião: Judaísmo
- Palestinos: Árabes. Religião: Islamismo ou Muçulmanos
- Na realidade judeus e palestinos são povos irmãos. Ambos são herdeiros de Abraão. Como já se sabe, os povos árabes tiveram origem em Ismael, filho de Abraão com Hagar, sua escrava egípcia. Os judeus se originaram de Isaque, filho de Abraão com sua esposa Sara.
Ismael foi expulso de sua parentela e a herança de Abraão bem como as promessas de Deus, foram todas para Isaque, primogênito do casamento.
- Com a destruição de Jerusalém, os judeus tiveram que deixar a Palestina quando o imperador ateou fogo na cidade sagrada. Foi o início da dispersão (Diáspora) judaica.
- Como os muçulmanos se expandiram, a partir do séc VII a Palestina foi ocupada por eles (os árabes).
- A partir de 1870, imigrantes judeus começaram a se estabelecer na Palestina (antiga terra deles, dos judeus).
- Em 1947 a ONU aprovou a divisão da Palestina em um estado judeu e outro árabe.
- 1948: Os conflitos locais agravaram-se com a Questão Palestina, que se originou com a proposta de criação de um Estado judeu num território predominante árabe, que culminou com a fundação de Israel em 1948. Os árabes não aceitaram sendo contestado pela liga árabe (Egito, Síria, Jordânia, Líbano, Palestinos). Isso gerou, naquele ano, a primeira guerra entre árabes e israelenses.
- 1956: O presidente do Egito nacionaliza o Canal de Suez, resultando na reação israelense e a guerra do Suez.
- 1964: Criação da OLP (organização para libertação da Palestina) - objetivo: criação do estado Palestino.
- Nos diversos conflitos com os árabes, os judeus sempre saíram ganhando, aproveitando para ocupar novas terras dos árabes. Os palestinos (árabes) ficaram sem pátria.
- Em 1967, na guerra dos 6 dias, os israelenses (judeus) com o apoio dos EUA ocuparam também territórios do Egito, Jordânia e Síria. Em 1973, em nova guerra, a posição de Israel ficou enfraquecida sobretudo, diante do Egito.
- Na guerra de 1973, os árabes usaram o petróleo (cortaram o fornecimento como arma política contra os amigos de Israel). Guerra do Yom Kippur - Tentativa árabe de retomar os territórios ocupados por Israel desencadeando na primeira crise do petróleo.
- 1978/79: Acordo de Camp David: Israel se compromete em devolver a península do Sinai ao Egito em troca do reconhecimento do estado de Israel.
- Jerusalém leste, povoada por árabes foi ocupada por Israel durante a guerra dos 6 dias (1967 e anexada ao território israelense em 1980). Depois de 1967, pelo menos 80 mil judeus migraram para a ?Jerusalém reunificada?. A partir de então, todos os ministérios foram transferidos de Tel Aviv para Jerusalém. Israel anunciou ao mundo a sua nova capital que não foi reconhecida como tal pela comunidade internacional.
- 1987: Primeira Intifada - Levante palestino em territórios ocupados por Israel (Cisjordânia e Gaza)
- 1988: Jordânia oficializa desistência de ocupar a Cisjordânia, reconhecendo a OLP.
- 1993: Acordo de Oslo I - busca pela autonomia palestina nos territórios de Gaza e Cisjordânia.
- 1994: Autonomia administrativa da Palestina em Gaza.
- 1995: Acordo de Oslo II - autonomia administrativa à Palestina em cidades da Cisjordânia.
- 1996: Aumentam atentados de grupos extremistas palestinos (Hamas), dificultando as negociações.
- 1998: Acordo de Wye plantation nos EUA, base do atual processo de paz.
- 2000: Impasse nas negociações entre Israel e palestinos. Hezbollah intensifica ataques a Israel no sul do Líbano. Segunda Intifada - novas manifestações palestinas na faixa de Gaza e Cisjordânia.
- 2001: Aumento da tensão entre palestinos e judeus, atentados em Gaza e cidades da Cisjordânia. Reinício da Segunda Intifada com atentados suicidas (homens-bomba). Enfraquecimento de Yasser Arafat por não conseguir conter a política extremista de grupos radicais (Hamas, Hezbollah, Jihad).
- 2003: Plano de Paz - EUA, UE, Rússia, ONU propõem plano de paz prevendo a criação de um estado palestino em 2005; reconhecimento do direito de Israel de existir, e futuro da cidade de Jerusalém.
- 2004: Marmud Habbas eleito presidente da ANP (Autoridade Nacional da Palestina) com o afastamento de Yasser Arafat que faleceu logo depois.
- 2005: Retirada dos assentamentos israelenses da Faixa de Gaza, sob intensos protestos da direita Israelense.
- 2006: Vitória do grupo radical Hamas (considerado terrorista por EUA, UE e Israel) no processo eleitoral, derrotanto o grupo moderado de oposição Fatah, desencadeando dúvidas no processo de negociação entre palestinos e israelenses.
- 2007: Cresce confronto entre radicais do Hamas e moderados do Fatah. A ausência de consenso entre esses grupos retarda o processo de negociações de paz entre palestinos e israelenses.
- Os conflitos já duram muitos e muitos anos.
Segunda parte da Bíblia...
Novo Testamento
Jesus Cristo
- Jesus Cristo, personagem principal do cristianismo, nascido em Bélem, Judéia, em data imprecisa, provavelmente entre 8 a.C. e 29 d.C. Para os cristãos, Jesus é o Filho de Deus, concebido por Maria, mulher de José. As principais fontes de informação sobre sua vida encontram-se nos Evangelhos.
- Todos os Evangelhos sinópticos - os três primeiros, de Mateus, Marcos e Lucas, assim chamados por apresentarem uma visão similar da vida de Cristo - relatam que Jesus iniciou sua vida pública depois da prisão de João Batista, que o batizou no rio Jordão. Após o batismo e o retiro no deserto, Jesus voltou à Galiléia, transferiu-se para Cafarnaum e começou a pregar. Quando o número de seguidores cresceu, escolheu 12 discípulos. Com eles, estabeleceu sua base em Cafarnaum e viajou pelas cidades próximas proclamando a chegada do reino de Deus. Sua ênfase na sinceridade moral - mais do que na observância rígida do ritual judaico - provocou a inimizade dos fariseus. O momento mais importante de sua vida pública ocorreu em Cesaréia, quando Simão, depois chamado Pedro, comprovou que Jesus era o Cristo. Esta revelação, a posterior predição de sua morte e ressurreição, as condições da missão que seus discípulos deviam cumprir e sua transfiguração, constituem a base principal das crenças cristãs.
- Na época da Páscoa judaica, Jesus fez sua última viagem a Jerusalém. Os sacerdotes e escribas conspiraram com Judas Iscariotes para prendê-lo. Jesus celebrou a ceia da Páscoa, abençoou o pão e o vinho anunciando que, quando fiéis se reunissem e repetissem aquele gesto, ?farão em memória de mim? e advertiu seus discípulos sobre a iminente traição e morte. Desde então, este ritual, a Eucaristia, constitui o principal sacramento da Igreja. Depois de preso, Jesus foi conduzido ao Conselho Supremo Judaico onde Caifás pediu que Jesus declarasse se era ?o Messias, o filho de Deus?. Por esta declaração, Jesus foi condenado à morte, sentenciado por Pôncio Pilatos. Após ser torturado, Jesus foi levado ao Gólgota e crucificado.
- ?Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago?, indo ao sepulcro para ungir seu corpo antes de o enterrarem, encontraram-no vazio e receberam, através de um anjo, o anúncio de sua ressurreição. Conforme o Novo Testamento, este fato converteu-se numa das doutrinas essenciais da cristandade. Todos os evangelhos assinalam que, após a morte e ressurreição, Jesus continuou a pregar a seus discípulos. Lucas e os Atos dos Apóstolos relatam sua ascensão aos céus, 40 dias após a ressurreição.
- Na história do cristianismo, a vida e ensinamentos de Jesus foram, muitas vezes, tema de discussão e de diferentes interpretações. Definir sua natureza tornou-se objeto de uma disciplina chamada cristologia.
- A palavra Evangelho é de origem grega e significa a Boa Nova. Os evangelhos são escritos que contam a boa nova da vinda entre os homens daquele que se fez ?filho do homem?, a fim de que nos possamos tornar ?filhos de Deus?.
Ø Mateus: Cujo verdadeiro nome é Levi, redigiu seu evangelho em aramaico (dialeto hebraico). Esse texto não conservado foi depressa traduzido para o grego. Mateus escreve na Palestina para leitores judeus; seu texto se particulariza pela abundância de citações do Antigo Testamento.
Ø Marcos: É o sobrenome de João, primo de Barnabé. É um discípulo de Pedro e companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária. As minúcias de alguns detalhes nos garantem que há nele um testemunho direto da vida e da atividade de Jesus. Marcos quis apresentar Jesus aos pagãos fazendo notar sobretudo o que havia de extraordinário e de valor probatório de sua missão nos milagres por ele operados.
Ø Lucas: É de origem grega. É também um companheiro das missões de Paulo. Lucas escreveu também Os Atos dos Apóstolos. Embora não tenha ele sido testemunha ocular dos acontecimentos, seu livro é digno de crédito, por causa do cuidado que teve o autor em documentá-lo. Ele utilizou certamente o texto de Marcos e o de Mateus. Lucas, escrevendo também para os pagãos, tem a visível preocupação de apresentar Jesus sob um aspecto mais atraente e comovedor, fazendo notar, antes de tudo, a bondade e a misericórdia do Salvador.
Ø João: Deve ser apresentado à parte. João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu. Ele foi um dos mais íntimos de Jesus, a quem o Salvador confiou o cuidado de sua mãe no momento de sua morte. Por várias vezes ele designa discretamente a si mesmo pelas palavras: ?o discípulo que Jesus amava?. João quis mostrar a divindade manifestando-se aos homens na pessoa de Jesus. Nele, ele quis mostrar o filho de Deus, sofredor e glorificado. Apresenta-o como ?a água da vida eterna?, ?o pão vivo descido do céu?, ?a luz do mundo?, ?o bom pastor?, ?o caminho, a verdade e a vida?, ?a vida eterna?. João procurou mostrar aos seus leitores a divindade de Jesus e revelar-lhes um pouco de sua realidade invisível, mas conservando o cuidado de apresentá-lo como um homem no concreto de seus atos e de seus discursos. Enfim, resumindo ?João?, irmão de Tiago (o mais novo dos apóstolos, o que Jesus mais amava) e que seguiu corajosamente Jesus na noite em que foi preso e o acompanhou até a morte na cruz, pois os outros apóstolos amedrontados, fugiram. Na cruz, Jesus ainda o entregou a responsabilidade de cuidar de sua mãe Maria dizendo: eis aí tua mãe? Além disso, a São João evangelista é que foi dada a revelação do Apocalipse na ilha de Patmos. João também escreveu três epístolas (cartas) e um evangelho, além do apocalipse. João foi o ?apóstolo do amor?.
Os atos dos apóstolos
- Os atos dos apóstolos formam a seqüência do terceiro evangelho, e foram escritos pelo mesmo autor, Lucas, que para redigí-los, utilizou tradições escritas e orais e escreveu numa parte importante de sua narrativa, suas próprias memórias.
- Os atos contam os acontecimentos que marcaram o nascimento da Igreja primitiva, a ascenção de Jesus, o Pentecostes, a primeira pregação em Jerusalém e na Palestina; em seguida, a conversão de Paulo e suas viagens missionárias através da Ásia Menor e da Grécia, sua prisão, seu processo e sua transferência para Roma.
- O livro dos Atos insiste na primeira parte na influência do espírito santo sobre o desenvolvimento das primeiras comunidades cristãs. Na segunda parrte, ele se restringe a mostrar como Paulo, seguindo nisso o exemplo de Pedro, é o grande realizador da entrada em massa dos pagãos na igreja.
Epístolas
- São cartas enviadas pelos apóstolos aos cristãos, depois da vinda de Cristo. Foram várias epístolas: Paulo, aos romanos; Paulo aos Coríntios, (2 cartas) Paulo aos gálatas; Paulo aos Efésios; Paulo aos Filipenses; aos Colossenses; aos Tessalonicences; (2cartas); uma epístola à Timóteo, e uma segunda epístola a Timóteo; epístola a Tito, à Filemon, aos Hebreus, e depois tem as epístolas de Tiago e Pedro, (2), de João, (3), de São Judas , todos estes apóstolos foram proclamados santos.
O Apocalipse
- O Apocalipse (palavra grega que significa Revelação) é obra do apóstolo João, que o escreveu no fim de sua vida sob a forma de uma carta dirigida às igrejas da Ásia Menor. Esse livro é considerado pela maioria dos leitores como o mais difícil de compreender e o mais misterioso de toda a Bíblia. A situação dos cristãos da Ásia era, naquela época das mais críticas. As perseguições já tinham começado. Por outro lado, muitos cristãos, que esperavam uma próxima libertação pelo retorno glorioso do Cristo, verificavam com tristeza que esse retorno demorava.
- O apóstolo João, fazendo do seu livro uma mensagem de reconforto e de encorajamento, quis anunciar aos seus leitores a inevitável oposição do bem e do mal sobre a terra, e predizer a vitória de Deus. João usou o gênero literário chamado Apocalíptico porque apresenta aos olhos do leitor uma série de visões, ou revelações muito simbólicas tendo um sentido oculto. Não se trata de dar uma descrição antecipada de acontecimentos futuros, mas de apresentar uma mesma realidade sob vários símbolos diferentes. Essas visões se supõem outorgadas a um personagem que, dessa maneira, recebe comunicação das intenções divinas sobre os destinos do mundo. Tudo isso é feito numa linguagem intencionalmente figurada e misteriosa, para provocar uma atenção mais viva no leitor. Sua leitura será menos desconcertante, se desde o começo for indicado o simbolismo de várias dessas imagens empregadas, por exemplo: o cordeiro simboliza o Cristo; a mulher, a igreja cristã, o dragão, as forças hostis ao reino de Deus; as duas feras, o império romano e o culto oriental; a fera simboliza Nero; Babilônia, a Roma pagã; as vestes brancas, a vitória. Entretanto esses símbolos não são exclusivos: o Cristo é as vezes mostrado como o ?filho de homem? ou um ?cavaleiro?.
Conclusão
- A revelação de Deus na Bíblia não envolve uma garantia científica de tudo o que nela se encontra. É inútil pedir a Bíblia uma explicação dos seis dias da criação ou da maneira como podiam falar os animais. Esses dados não são em si revelações, mas tradições que as contêm.
- A história mesma, tal como é contida na Bíblia, não é tampouco uma revelação. Mesmo aquele que aprendeu de sua leitura a sucessão dos reinos em Israel, os costumes dos antigos judeus, a até mesmo o cumprimento das profecias do antigo Testamento no Novo, pode ainda passar ao lado da verdadeira mensagem bíblica.
- A escolha que se pode fazer de certas passagens favoritas, edificantes ou comoventes, não constitui tampouco uma verdadeira leitura da Bíblia. Essa verdadeira leitura deverá sempre ter em vista a finalidade primária de toda a Escritura Sagrada que é anunciar Jesus Cristo e dar testemunho de sua pessoa. Para aqueles que viviam no Antigo Testamento só se tratava ainda de um Salvador desconhecido, que viria. Para nós trata-se de um Salvador ?que habitou entre nós? e cuja presença espiritual se perpetuará até o fim dos tempos, isto é, até o seu retorno glorioso.
- A bíblia não entrou pois em caduquice. Ela diz-nos respeito hoje como para além dos séculos. Entramos em contato com aquele mesmo Senhor que tinha escolhido Abraão, que havia eleito o povo de Israel, livrado os hebreus do Egito, e santificado os homens pela morte de Jesus Cristo. Como Deus não tem mudado o seu modo de proceder, podemos concluir que somos todos nós, escolhidos, eleitos, libertados e santificados pelo nome desse mesmo Jesus Cristo, que os dois testamentos apontam: o Antigo, como sua esperança; o Novo como seu modelo: ambos como seu centro.
Fim