Introdução ao estudo da Sociologia
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Introdução ao estudo da Sociologia


A matéria de Sociologia se resume (haha. ¬¬) aos pensamentos de Comte, Durkheim, Weber e Marx. Talvez lembre alguma coisa que viram ano passado, porque é EXATAMENTE a mesma matéria de uma das provas do Emiliano. Seria fácil simplesmente colar aqui o resumo do ano passado, mas acontece que o Eduardo cobra de maneira diferente. E as "piadinhas" já estão antigas, então melhor fazer outro...



Considerado pai da Sociologia, Comte foi o primeiro a pensar no estudo da sociedade como uma ciência, fazendo analogias com ciências exatas e naturais - por exemplo: a sociedade deve ser tratada como um organismo social, comparando-a com um organismo biológico, que tem características próprias e pode ser estudado seguindo alguns parâmetros pré-estabelecidos. Como toda ciência, a Ciência da Sociedade precisaria de objetos de estudo (a sociedade em si), conceitos básicos (definições iniciais, leis sociais) e um método científico (regras para o estudo sociológico).

O contexto histórico do surgimento da Sociologia é de expansão do Capitalismo, com o colonialismo, o neocolonialismo e o Imperialismo. Usando-se das idéias de Comte e de Darwin de que se pode comparar a sociedade com um organismo biológico e que os organismos evoluem (seleção natural), os europeus definiram que a sociedade ocidental européia, tida como "civilizada", era mais evoluída que as demais sociedades. Sendo assim, o "homem branco" tem o dever (fardo) de levar a civilização e a cultura européias para os outros povos "atrasados". Tal subterfúgio (desculpa, justificativa) de caráter pseudo-científico levou o nome de "Darwinismo social".

Durkheim enveredou (se aventurou) pelos mesmos caminhos de Comte, aprofundando o caráter cientificista do método sociológico. Fixou que o objeto de estudo do sociólogo deve ser o fato social. Mas o que vem a ser o fato social? Fato social é todo aquele fato que se repete numa sociedade ao longo do tempo. O fato social tem certas características, tais como:

  1. Generalidade: se repete de maneira igual ao longo do tempo - deve ser estudado na sua generalidade, não nas suas especificidades. Não há necessariamente um sentido para o fato social, ele apenas de repete de forma geral.
  2. Exterioridade: não depende do indivíduo, depende do meio (uma forma de determinismo - homem é fruto do meio). Não há vontade individual, apenas uma vontade ou consciência coletiva.
  3. Normal ou patológico: o fato social pode ser classificado como normal ou patológico dependendo de quanto ele se repete. Se é algo que se repete de maneira majoritária na sociedade, ele é normal. Se ele é algo mais isolado, é patológico. O crime, por exemplo, pode ser patológico para uma sociedade (pacífica) e normal para outra (violenta). O suicídio é outro exemplo: no ParkShopping é algo patológico enquanto que, no Pátio Brasil, é completamente normal.

A força da sociedade sobre o sujeito é chamada, por Durkheim, de coerção social, que coletiviza a sociedade (não há expressão individual) através da educação (seja ela formal - escolas, ou informal - família, religião) e de sanções, ou seja, punições para aqueles que vão contra a consciência coletiva. As sanções podem ser legais (previstas pela lei) ou espontâneas (isolamento, preconceito, discriminação).

Para Durkheim, a Sociologia tem como objetivo estudar/analisar a sociedade e, assim, elaborar soluções para a vida social, proporcionando a felicidade. Tal estudo deve ser feito de maneira imparcial (neutra) pelo sociólogo, de modo a obter um resultado mais objetivo - através de coleta de dados (estatística) e experimentos (empirismo). E, antes de se estudar os fatos sociais, o sociólogo deve entender a origem morfológica das sociedades - as sociedades passam por duas fases distintas: solidariedade mecânica e solidariedade orgânica.

  1. Solidariedade mecânica: em sociedades como a medieval, a vontade coletiva é valorizada em detrimento da vontade individual. Sendo assim, a coerção social é mais presente e forte, especialmente através da educação informal (crenças, tradições).
  2. Solidariedade orgânica: ocorre desde a passagem da Idade Média para a Idade Moderna e, mais especificamente, na Idade Contemporânea, na qual a vontade coletiva perde para as vontades individuais, diminuindo consideravelmente a coerção social (que ainda existe especialmente através da educação formal e das sanções).

Principal representante da sociologia alemã do século XIX, a qual é especialmente preocupada com a edificação de um sentimento de integração nacional alemã (o país acaba de se unificar, tardiamente), com a criação de uma memória nacional e com o entendimento da diversidade (o país foi composto a partir de diversos reinos). Para tal, busca entender a realidade da época - expansão e consolidação do capitalismo e do imperialismo - e a evolução da sociedade através dos tempos. Sendo assim, Weber propõe uma sociologia vista por uma perspectiva histórica, pois diz que uma "sucessão de fatos não tem sentido em si mesma", ou seja, precisa de um contexto (como também insiste em dizer o Riemma).

A maior parte das teses de Weber podem ser comparadas com as de Durkheim - o que um fala, o outro contraria. O método cientificista de Durkheim, com seu fato social, seu determinismo (coerção social), seu generalismo e sua imparcialidade, é totalmente contrariado pelo método de Weber. Weber propõe um método compreensivo, que leve em consideração os aspectos históricos e estude a ação social. Ação social é o objeto de estudo da sociologia (assim como era o fato social) e deve ser estudado levando-se em consideração que cada ação é particular (específica), vem da vontade própria do autor, que a executa por um motivo (um sentido, um objetivo final) através dos agentes que possibilitam a ação. Além disso, ele crê na parcialidade do sociólogo, pois é melhor tomar posição do que assumir uma imparcialidade impossível. Um com exemplo para ação social seria uma carta. A ação em si é a de mandar a carta; o autor é quem escreve; o sentido ou objetivo final é a comunicação; os agentes são todos os que participam do processo (os Correios, o vendedor do selo, o carteiro...).

Como, para Weber, o sociólogo tem de assumir uma posição em relação ao objeto estudado, pode existir o certo e o errado. O conjunto de características "certas" (ideais) forma o que Weber chamou de tipo ideal, usado de parâmetro de comparação para se analisar os objetos de estudo, com o objetivo de atingir o tipo ideal.

Agora, o hipócrita metido que agora está, muito provavelmente, no playground do inferno, brincando de gangorra no colo do capeta...

Marx, juntamente com Engels, foi o responsável pela teorização de um sistema de produção no qual não existisse desigualdade (HAHAHA, minha pipa tá no ar!). Por ter base em estudos históricos sobre os modos de produção (capitalismo, mais especificamente) e sobre a luta de classes desde o início da humanidade, Marx denominou sua teoria como socialismo científico. Ele desenvolve uma visão materialista da história (materialismo histórico - tudo gira em torno do dinheiro, da economia), motivo pelo qual ele estudou tão a fundo os modos de produção - acaba generalizando ao dizer que a história da humanidade é a história dos modos de produção e, consequentemente, da constante luta de classes entre dominantes e dominados, burguesia e proletariado (tese versus antítese - dialética hegeliana). Para romper tal luta constante, ele prega uma revolução dos dominados/proletariado para acabar com a desigualdade (sei,sei - tão boa sugestão que até hoje não deu certo).

Alguns conceitos de Marx:

  1. Modo de Produção: conjunto de práticas econômicas (aliadas à práticas políticas e sociais) que rege o sociedade numa determinada época.
  2. Classes sociais: conceito que vem da dialética hegeliana, diferenciando aqueles que detêm a força de trabalho (dominados: servos, proletariado) daqueles que detêm os meios de produção e as riquezas (dominantes: nobres, burguesia).
  3. Alienação: é a separação do trabalhador de seus meios de trabalho. Na Idade Média, por exemplo, o trabalhador possuía suas ferramentas e participava de todo o processo produtivo, obtendo, inclusive, parte do lucro (resultado de seu trabalho). Com o advento das Revoluções Industriais, o trabalhador foi separado (alienado) de suas ferramentas, tendo que trabalhar para o dono dos meios de produção (donos das fábricas - burgueses), não mais participando de todo o projeto nem, menos ainda, fazendo parte dos lucros.
  4. Valor: o valor de um objeto é definido pelo que foi gasto para ser feito, pelo trabalho (mão-de-obra) e pelo lucro de quem vende/comercializa.
  5. Salário: é o pagamento pelo trabalho do indivíduo, que não leva em conta o lucro gerado por ele.
  6. Mais-valia: é a exploração do trabalhador, o qual recebe um salário que não representa o lucro que ele trouxe ao chefe, que não teve que trabalhar, apenas usa do trabalho de outrém.

É isso, galera. Para os que quiserem dar uma lida melhor nesses sociólogos, só dar uma olhada no blog do ano passado.

Abraços,

Félix.




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